O 7 de setembro é um dia extremamente importante para a nossa história. A memória coletiva em nosso país consolidou essa data como o dia em que d. Pedro realizou o grito da nossa independência, sendo esse acontecimento um marco de fundação de nosso país. Apesar disso, os historiadores atualmente não têm certeza se d. Pedro realizou, de fato, o Grito do Ipiranga.
Sendo considerado um dos marcos fundadores, a data é entendida como um momento importante para a memória coletiva do brasileiro e, por isso, deve ser celebrada. A importância da data é facilmente identificada pelo fato de que ela é um feriado nacional e é um dos três feriados que comemoram acontecimentos marcantes da história brasileira (os outros são o Dia de Tiradentes e o Dia da Proclamação da República). (Extraído do Portal Brasil Escola/UOL)
Embora na escola até hoje se ensine que o Grito do Ipiranga – gesto de D. Pedro I tido como o marco zero da proclamação da Independência do Brasil em relação ao Portugal, em 1822 – e até as palavras “Independência ou Morte” que teriam sido ditas pelo ainda futuro Imperador do Brasil, não são fatos históricos aceitos sem contestação. Muitos historiadores e pesquisadores consideram muito provável, quase certo, que a proclamação e o próprio grito tenham sido “maquiados e postos em trajes de gala”, nas páginas da História. Tudo para conferir maior grandiosidade ao fato – ele sim histórico e indiscutível – da Independência do Brasil em relação a Portugal.
Ao longo dos últimos 200 anos de país independente – data a ser comemorada em 2022 – muitas vezes se contestou e questionou a Independência do Brasil e sua construção enquanto nação soberana e comandada pela vontade da maioria do seu povo através do voto – marca das repúblicas democráticas, que o Brasil também ostenta ser! Indiscutivelmente, os militares e as elites econômicas do país, ao longo destes quase 200 anos, direcionaram e comandaram os acontecimentos históricos de acordo com seus interesses, com pouca ou nenhuma participação do povo, na maioria das oportunidades.
Assim, não é exagero dizer que até hoje o Brasil e o povo brasileiro são independentes realmente apenas do domínio Português e das Famílias Orleans e Bragança, pois ainda somos vistos e considerados, por muitos países do mundo, como uma nação atrelada aos interesses dos Norte-americanos, não por acaso a maior potência econômica e bélica do planeta. Se dependesse da vontade, hoje, do principal mandatário brasileiro e com certeza da maioria dos deputados e senadores, há poucas dúvidas de que a opção de virarmos, de vez e oficialmente, o “quintal do Tio Sam” – apelido que ganhamos há muitos anos – seria aprovado com entusiasmo, aplausos e agradecimentos a Deus!
Basta uma olhadinha nos fatos que marcaram a História deste país para se constatar – sem qualquer dúvida – que golpes e deposições de presidentes são fatos corriqueiros. O maior período de vigência por aqui do Estado Democrático de Direito, governado a partir do resultado de eleições livres, não de golpes, aconteceu entre 1988 (promulgação da atual Constituição), e a deposição da ex-presidenta Dilma Roussef, em 31 de agosto de 2016, um episódio que, igual ao “Grito do Ipiranga”, a História ainda está devendo o reconhecimento do que realmente aconteceu.
Mesmo assim, muitos historiadores já reconhecem que o golpe de 2016 foi articulado pela elite econômica do país, aliada à grande imprensa e ao Judiciário brasileiro, insatisfeitos com a vitória, nas urnas, de um partido popular e não completamente atrelado às elites. Outra vergonha mundial – essa já admitida, foi o golpe que derrubou o então presidente João Goulart, em 1964, dez anos depois de outro golpe ter sido adiado, pelo suicídio de outro presidente eleito pelo voto direto e muito popular junto à maioria da população, mas “desagradável”, às elites: Getúlio Vargas.
Fiéis ao que decoraram na Cartilha do Tio Sam, as Forças armadas brasileiras, a classe política profissional, parte do Poder Judiciário, mais a grande imprensa e os grandes grupos empresariais brasileiros morrem de pavor e de medo – e espalham esse sentimento sempre que podem – de o Comunismo se instalar no Brasil! O temor é totalmente irreal, e seria cômico, se não fosse tão difundido, com massiva propaganda feita contra “os comunistas que vão lhe tomar suas propriedades e morar nas suas casas’, entre outros pavores e pânicos falsamente disseminados – e aceitos – por boa parte da população. Nunca houve uma real ameaça deste país se tornar comunista. Chamam de comunismo a maioria da população conquistar um padrão de vida minimamente melhor….
Mas a rigor ainda está para se comprovar, seja em 1964, em 2016 ou mesmo nos dias atuais – quando a “ameaça do comunismo” voltou a motivar muitos ingênuos e muitos ignorantes políticos – que a tal “dominação do Brasil pelos comunistas” seja verdade! É pura balela, lorota, conversa mole, mentira deslavada, na qual muitos brasileiros – por ignorância, inocência, e outros por conveniência, juram acreditar!
Porque cada vez que a majoritária massa de brasileiros consegue eleger um governo que passe a atender ou amenizar, ao menos um pouco das suas necessidades básicas, com educação, trabalho, moradia, saúde e participação na definição da aplicação dos recursos públicos… indevidamente e com muito alarde surgem representantes dos poderosos “donos do dinheiro” e do país, para gritar: ”É COMUNISMO”! E novamente um povo pouco estudioso de sua própria história embarca na ilusão de um sempre renovado e amplamente bem falado “salvador da Pátria”! Depois de meses, logo ali na frente, vê que foi, de novo, enganado!
Assim, para este reles escrevinhador, o Dia Sete de Setembro, e as solenidades tidas como homenagens à proclamação da Independência do Brasil – com desfiles militares que fingem homenagear a Pátria para homenagear as sempre golpistas Forças armadas – não merecem grandes glórias, nem muita atenção! Quando se fala em Pátria a maioria dos brasileiros enxerga um desfile militar, essa é a verdade! E Pátria, para mim e para muitos brasileiros conscientes do que sejam valores reais de patriotismo, de nação soberana e de cidadania é muito mais que um desfile militar!
E viva o Brasil, Viva o povo Brasileiro!
Um bom fim de semana a todos (as)!