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03/08/2021 às 07:04
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Quirera Gourmet – 03/08/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Cidade Grande

Ver Xanxerê ‘virar cidade grande’ (maior que Chapecó), era nosso sonho, nos tempos de calças curtas e cabelo escovinha, cortado pelo seu Zago. Mas logo vimos que isso era difícil – tão difícil quanto termos por aqui um grande frigorifico, para movimentar a economia. E hoje temos um, não de grande porte, mas de qualidade e genuinamente xanxereense, de gente daqui mesmo. Xanxerê cresceu sem virar cidade grande – embora tenha alguns cacoetes delas… tipo arranha-céus, ou edifícios altos, ‘cartões postais da cidade’ – segundo orgulhoso amigo, empresário da construção civil.

Primeiro Mundo

E temos uma universidade respeitável – outra marca de metrópoles, característica de concentrações urbanas onde se prima pela cultura e pelas artes – embora aqui com algumas divergências. Também para nos orgulhar cultivamos lavouras de milho e de soja altamente tecnificadas, com índices de produtividades de primeiro mundo, embora poucos divulgados. O setor primário, com avicultura, suinocultura e produção de leite é o mais forte. E empresas de atividades relacionadas ao agronegócio ocupam importante espaços.

Referências

Outro ponto acima e fora da curva de cidades com menos de cem mil habitantes é uma indústria de turbinas para hidrelétricas, também genuinamente xanxereense, construída com o talento e suor de “gente nossa”. Uma experiência que deu certo, e que merece atenção! Em menor escala, mas com significativo peso na economia do município aparecem os segmentos industriais de metal mecânica, da construção civil e moveleiro. Temos uma escola técnica federal e unidades do Senai e Senac para capacitação profissional, e um hospital regional referência em cardiologia. Sem esquecer um comércio moderno, dinâmico e consolidado como polo microrregional de compras.

Aeroporto

Falar do que não temos não é tão fácil, mas a inexistência de indústrias de médio e grande porte sempre é um fator limitante, para qualquer cidade se expandir sua economia e melhorar a qualidade de vida. Mais ainda num país em que a economia, quando não está em crise está saindo de uma. E temos um passivo – histórico – de não concluir ou não implementar o funcionamento de ferramentas imprescindíveis ao desenvolvimento. E a principal delas é um aeroporto semi-pronto, com pista asfaltada de mil e poucos metros – que exigiu considerável investimento do governo estadual. E que hoje só não é elefante branco por que tem UMA empresa de aviação – também meritória por ser genuinamente da terra – que opera nele…

Inacabados/Inoperantes

Xanxerê também tem um excelente e estruturado espaço público, às margens da única BR que serve a região, destinado à Festa Estadual do Milho (hoje decadente ou talvez inviável economicamente) que sofre de inexplicável ociosidade, desde sua criação! Da série “inacabados e/ou inoperantes” também temos, implantadas, uma rede coletora e uma unidade para tratamento de dejetos urbanos – que a pelo menos dez anos, ou dois mandatos de prefeito – ninguém consegue colocar em funcionamento. A popular “rede de esgotos” é o retrata, hoje, uma cidade que briga para conquistar avanços que, depois, não usa… E sem ao menos explicar os motivos de tanta demora!

Braços Cruzados?

A imprensa local juntamente com Poder Legislativo, associações de classe, entidades e clubes de serviço, que poderiam pressionar tanto para se resolver velhas pendências, como e mais ainda, para unificar esforços da cidade em direção `imprescindível busca de soluções…dão a impressão de ‘estar de braços cruzados’. Pode ser – e acredito que não estejam. Mas é o que dá para ver! Falei da imprensa local porque outro antigo drama, um trauma até, foi resolvido a partir de mobilização da imprensa local: A Duplicação do trecho urbano da BR-282, iniciada com – o apoio de toda a imprensa – a partir de um bloqueio da rodovia!

Berço Esplêndido

Não sou dono da verdade, acredito que ninguém é, e não estou proponho a descoberta da pólvora, nem da roda. Mas cá para nós, acho que está na hora de Xanxerê – e principalmente os xanxereenses – levantar, sacudir a poeira e ir para a luta. De preferência em conjunto de esforço! Mesmo e talvez que “essa parte”(de congregar todos) seja a mais difícil! Vem aí mais uma semana da pátria e, mais que nunca pelo que tenho observado, Xanxerê está radicalmente adaptada – e acomodada – ao Hino nacional, naquele trecho que se fala em “deitado eternamente em berço esplêndido”! Nunca vi essa cidade tão acomodada…E desconfio não ser apenas culpa da Pandemia!

Óbvio é preciso confiar, apostar e estimular jovens empresários e jovens empreendedores – inicialmente, para que estes se somem aos veteranos e se consiga sintetizar a sempre cobiçada e promissora fórmula de aliar a força da juventude com a experiência dos mais velhos, para INOVAR! Se muitas iniciativas não deram certo por aqui, pode-se ao menos recomeçar evitando os erros cometidos – várias vezes, tempos atrás. Erros que é bom mesmo que sejam lembrados, para que não se repitam! Pode não ser grande coisa, mas é uma ideia…

“Cidade da Lá…Tinha”

No final da década de 1980 e início dos desastrosos anos 90 cresceu em Xanxerê um slogan que durou alguns anos e irritou lideranças de forte segmento da política local. A atual “Campina da Cascavel foi alcunhada (a apalavra é essa mesmo) – veja bem 1,2,3, e 4 de… “Cidade da Lá…tinha”! Porque alguns escritórios regionais de órgãos públicos instalados aqui pelo Governo Pedro (PMDB) Ivo, foram extintos pelo Governo Wilson Kleinnubing (PFL). A extinção, é fato, rendeu alguns generosos empregos e alguns favores políticos a algumas lideranças locais – e isso é outro capítulo (feio) a ser esquecido, para não reacender guerras!

Cabides

É verdade que a maioria das ’instâncias regionais’ criadas por Pedro Ivo eram cabides políticos de emprego para apadrinhados, embora umas poucas fossem necessários, como os da educação e da segurança, que foram mantidos. E experiência foi repaginada pelo Governo Luiz Henrique (PMDB), como Secretaria Regional de governo, e extinta por Raimundo Colombo e pelo atual governador, sob acusação de serem, novamente, meros cabides de empregos. Sua extinção pura e simples, entretanto, deixou um claro espaço vazio e transferiu para Chapecó, um reforço ao status de polo microrregional, que Xanxerê ostentava.

Teto Baixo, Útero Caído…

Lembrei do “Lá…Tinha” por que se esqueceu de um período em que – igualzinho a agora – Xanxerê andava num baixo astral chamado de “teto baixo, útero caído, caspa e unha encravada”! Ou, andava ‘mal na foto’! Na época a culpa maior ficou para os políticos. Mas lideranças e “forças vivas” da comunidade também, por saber de tudo e por não esboçar qualquer reação diante do prejuízo! Ninguém hoje quer secretaria, nem órgãos ou cabides públicos regionais. Mas o clima anda muito parecido com a cidade do “Lá…tinha”! É necessário, seria muito útil, dar uma chacoalhada na goiabeira, ou soprar um vento na roseira… ou algo parecido! E não apenas sentar e ficar esperando que o prefeito, os “os políticos” façam e aconteçam, como também era comum, nos tempos do ‘Lá Tinha’…Ou virar cidade de grande é apenas um sonho? Que não se enxergue aqui uma crítica, e sim um retrato. Ou uma olhadinha para o umbigo…

 

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