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02/02/2022 às 09:08
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Quirera Gourmet – 02/02/2022

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

A Bala

Desde os tempos de calças curtas e cabelo escovinha produzido no salão do Zago e do Pimenta, escuto comparações entre Xanxerê e Xapecó, com Xaxim no meio. Tudo com xis porque estas terras eram dos índios, até chegarem os gaúchos madeireiros – que oficialmente “colonizaram” a região, embora sob a ótica da História com agá maiúsculo, a palavra certa seja dominaram, ou conquistaram, a bala, inclusive. Porque penso que está na hora de desmistificar e começar a falar a verdade dos fatos…

O Ó do Borogodó

Mas entre Xanxerê e Xapecó existiu uma rivalidade expressa inclusive na transferência (nas décadas de 1940-50) da sede do município de cá para lá e vice-versa. O que significa que Xapecó já chegou a pertencer a Xanxerê, acredite! Hoje a “Capital do Oeste” é um município que orgulha e comanda a economia da região, é um polo nacional e não tem mais qualquer sentido falar em rivalidade. Mas ainda persiste uma diferença, nada elogiosa para os xanxereenses. Ou melhor, para a política xanxereense. O ó do borogodó diminuiu, mas sobrevive! E já foi chamado, por aqui, de “picuinhas políticas”….

Perde e Perde

O fato histórico é que nos anos 1960/70 – quando era bem viva e intensa a rivalidade política em Xanxerê,  entre oriundos de UDN e PSD, transvestidos então em ARENA e MDB – a diferença entre as duas cidades era muito comentada: “Em Xapecó, quando termina a eleição, todos se abraçam e passam a defender a cidade, acima de diferenças partidárias. Em Xanxerê, quando termina a apuração dos votos, começa uma guerra entre vencedores e vencidos. E nessa guerra quem sempre perde é a cidade”! Os xanxereenses com mais de 50 anos, devem lembrar bem dessa triste – mas verdadeira – sentença! Em Xapecó tinha perde e ganha. Aqui, só perde e perde…

Rivais

Sem entrar em detalhes, muito menos em nomes, para não reacender velhas mágoas desnecessárias, resta reconhecer que por aqui tanto perdedores como ganhadores geralmente tinham “culpa em cartório” na rivalidade política que “se espraiava”, depois da eleição, para outras ou para quase todas áreas de atividades da cidade…Em geral, quem era de um time não simpatizava – e às vezes nem conversava – com quem era do outro. E isso durava até a próxima eleição, quando as partes “voltavam às armas”. Na prática, eram duas Xanxerê…

“Atrativo”

No meio disso quem saiu perdendo foi a economia do município, que perdeu, ou abriu mão da instalação de empresas. Porém e mais importante que isso, esse “racha” serviu para mostrar que não havia na cidade uma coesão de forças, uma união…E isso, obviamente não era um “atrativo” para quem planejasse investir no município: Se quem vivia por aqui não se entendia entre si, quem viesse de fora certamente teria que tomar partido, para um ou para outro lado. A união de forças, o sentimento de coletividade e de união da comunidade não era o forte, em Xanxerê. E isso não era difícil de visualizar…

Interesses Pessoais

Essa raivinha política deve ter gerado muito das atuais práticas e definições sobre o que os xanxereenses, até hoje, entendem por fazer “oposição política”. Note-se que este reles escrevinhador é tido, muitas vezes, como um chato e insistente crítico da política e dos políticos da terrinha, pecha que não vou rebater, porque não há interesse. Mas, com esse “status” me permito observar que muitas das críticas que se faz, até hoje, ao atual e aos anteriores representantes eleitos (prefeitos e vereadores) para comandar o município levam mais em conta geralmente muito mais os interesses pessoais, particulares ou familiares, do que propriamente interesses coletivos, ou comunitários…

Emprego da Filha

Em outras palavras, usa-se o legítimo e necessário direito à crítica para disfarçar, ou desviar o foco, de insatisfações pessoais. Tais insatisfações vão desde o fracasso – e a frustração que gera revolta – em “conseguir um emprego para minha filha”, até o insucesso em alguma expectativa de privilégio ou favorecimento financeiro indireto, que “o prefeito não me deu”…os interesses maiores da coletividade, da comunidade, na ideia de tais “críticos”, some do mapa, ou é varrida para debaixo do tapete. Solenemente e sem qualquer remorso…

Individual X Coletivo

Usei o exemplo do emprego para a filha aleatoriamente, não conheço, nem tenho conhecimento de casos assim, hoje. Mas não tenho dúvida que existem, vários, muitos deles. “Prometer emprego” sempre foi uma nefasta e predatória pratica eleitoral por aqui e em muitos municípios. Na política que todos (teoricamente) defendem, não há mais lugar para esse tipo de favoritismo, ou “amizade” . Se o Brasileiro – qualquer um, de todos – quiser efetivamente construir uma nação mais justa e mais feliz, é hora de privilegiar, sempre, o interesse coletivo, e não o interesse individual….

Desonesta. E injusta

Assim, percorrendo as redes sociais sempre que a administração municipal é o foco, é fácil encontrar críticos ferrenhos de prefeitos e vereadores. São eleitores inconformados, digamos, por não terem conseguido aquele favorzinho, ou aquela boquinha que, às vezes, nem prometida foi….”mas eu votei nele, e agora quero um emprego para minha filha”! A prática vergonhosa na verdade invade também a praia de deputados eleitos. Ou seja: Troca votos por “pequenos favores” é algo que o eleitor xanxereense (muitos, não todos) acha justo e honesto. Daí, se não conseguir, parte para a crítica, ou para o que ele acredita que é seu “livre direito de opinião”. E passa a criticar tudo o que vê na frente, nada presta, todo mundo rouba e por aí vai…Um tipo de crítica que, convenhamos, no mínimo é.…desonesta! E injusta…

 

 

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