A representação política do Oeste catarinense já viveu dias de glória – e até teria eleito um governador, não fosse ele atropelado e trucidado nas urnas por negacionistas e ingênuos que acreditaram – e continuam acreditando – em fósseis de “salvadores da pátria”, apresentados, com fina demão de tinta, como a “Nova Política”. O que ainda não consegui entender é como, porque e até quando estas mesmas lideranças políticas – mais seus fiéis eleitores e apoiadores do quase-futuro-primeiro-governador-eleito-do-grande-Oeste continuem – a maioria absoluta deles – apoiando o despresidente Bolsonaro e a até agora improdutiva “Nova Política”…. Não entendo isso!
Esta triste figura eleita presidente, convém frisar, é o principal responsável pela derrota de Gelson Merísio em 2018. Mas ele segue sendo amado e idolatrado, salve, salve, em todo o Oeste como “O Mito”! Hoje, diante de passeios de motos, seria mais justo chamá-lo de “O Astro”, daquela velha novela da Globo. Ao mesmo tempo as mesmas lideranças que apoiaram Gelson Merísio não dedicam o mesmo amor e carinho ao Governador Carlos Moisés, como se, de fato Moisés, fosse o culpado pela derrota de Merísio. E não é. Digo e adianto que respeito e reconheço as fortes lideranças da direita política oestina do PSDB, DEM, PP, PSD, MDB e outros, todos, agora, apoiadores do Governo federal! Não consegui, ainda, decifrar essa brega paixão pelo “mito” – que nem mais partido tem!
Falo dessa estranheza para chegar, porém, a um outro ponto: As demandas e desafios do Oeste – sempre muito visíveis, comentadas, e historicamente ao menos reivindicadas com muita ênfase, tanto junto ao Governo do estado quanto ao Governo Federal…Elas sumiram do mapa! E também da mídia! Na recente visita presidencial comentou-se, muito superficialmente (e apenas isso) que o despresidente teria acenado com uma vaga promessa sobre a duplicação da BR-282, entre Chapecó e o Trevo de Irani. Um vetusto, desacreditado e adesista comentarista político de Floripa foi quem mais deu destaque à suposta promessa que, entretanto, sequer foi vista, ou ouvida, ao vivo e a cores, saindo da boca do despresidente…
Líderes como um Milton Sander ou um Casildo Maldaner e outros, foram vozes permanentes, durante décadas, sempre em defesa da região, mas já se foram. E deixaram saudades. Mais saudades ainda ao ver que restaram vozes de representantes pífias e até risíveis, da “Nova Política”, com todo o respeito às mulheres em geral, de Caroline de Toni (deputada federal), Ana Campagnollo e Marlene Fengler (deputadas estaduais). Elas – até estas alturas, com mais da metade do mandato (es)corrido – pouco ou quase nada aparecem na foto! E menos ainda trazendo obras e recursos para a região! Defendo e defenderei, sempre, a participação das mulheres na política, mas as atuais representantes da Nova Política não disseram a que vieram. E têm deixado (muito) a desejar! Talvez elas nem tenham notado, mas ano que vem tem eleição….
E por falar em fazer pouco, ou nada, sejamos justos: Nossos representantes homens, todos, de todos os partidos, ”não ficam para trás” e estão, também, com nota vermelha no boletim! Para fazer mais justiça ainda ao cenário político, cabe reclamar, e é bem grande o vazio da “nossa grande imprensa” regional – inteirinha, sem aliviar ninguém – para fiscalizar e cobrar, para que todas as “nossas excelências” entrem em campo e… trabalhem! Falta uma atuação ao menos visível, em conjunto e ligada, da Imprensa local a favor das muitas necessidades que a região tem! Dos três senadores de SC, por exemplo, é muito provável que mais da metade dos eleitores sequer saiba dizer seus nomes, quanto mais lembrar de algum benefício que tenham trazido, nos últimos dois anos de meio…Ajudo: são Dário Berger, do MDB, Amin, do PP, e Jorginho Mello, do PL. Detalhe: Todos da “base de apoio” ao despresidente!
Enquanto ninguém faz nada – e todos fazem de conta que tudo vai bem – persistem os riscos sérios e reais. A exemplo de boa parte das plantas industriais de abate de animais, aqui do Oeste, migrarem, serem transferidas, para o Centro Oeste – Goiás e Mato Grosso, para estarem mais próximas dos maiores produtores de milho! Essa possibilidade – bem conhecida e muitas vezes cogitada – teria efeito de um desastroso tsunami na economia do grande Oeste. Ela não está descartada. Uma das soluções também já ventilada seria baratear o transporte de milho do Centro Oeste para cá, talvez a mais provável. E mais facilmente visualizada através da construção de uma ferrovia. E isso também, faz tempo, não é novidade. A novidade é que não se fala mais nisso, há anos! Nem entre políticos, nem na imprensa!
Outra demanda da região é suprimento de energia – se é que ainda se pensa em alavancar e diversificar a economia regional, em busca de seu fortalecimento. Em Xanxerê mesmo, caso houvesse a perspectiva de instalação de uma indústria – não tenho números, mas sei, porque é realidade conhecida a anos – não existiria potencial de energia elétrica disponível, e seriam necessários investimentos pesados. Enfim, todo o grande Oeste “está dormindo de touca”. A duplicação da BR-282, especialmente, mas não só do Irani a Chapecó, ou a São Miguel do Oeste é outra obra urgente, cujas promessas – pelo menos – já deveriam estar acontecendo há muito mais tempo. E apenas agora começam a ser cogitadas, e sem ganhar muita bola por parte da gloriosa imprensa regional…
É nítida e notória a descrença da população em geral – há uns dez anos, já – em relação à ainda chamada “classe política”, que prefiro chamar de “nossas excelências”. Mas essa descrença apenas ajuda, beneficia, os péssimos políticos. Enquanto ficamos dizendo e escrevendo em redes sociais e em colunas que eles “não prestam” ou “fazem m nenhuma”, os mesmos políticos, as “nossas excelências” que escalamos pelo voto para nos representar, continuam embolsando polpudos salários e, muitos, rindo das nossas carinhas de bobos e de otários! ”Ah, mas não adianta fazer nada….”, dizem muitos. Porém, isso não é verdade! Adianta, sim senhores! O problema é que NINGUÉM – nem prefeitos, fazem alguma coisa. Ficamos reclamando, sentados sobre nossas bundas, esperando que caia do céu. Ou que apareça algum “salvador da pátria” anunciando, outra vez, “a nova política”! Essa é triste a verdade…
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