Entre as incríveis revelações da Pandemia – que começam a aparecer – fiquei surpreso com o tamanho da manada. Nunca imaginei que fosse tão numerosa. E também aprendi que temos a burrice e temos a ignorância, para minha decepção. Porque a primeira é a situação em que a pessoa não conhece, não aprendeu, não estudou, não leu, mas admite aprender e evoluir. Na ignorância é bem pior: Nela essa pessoa que não aprendeu e nem sabe muita coisa pensa, tem certeza, que já sabe tudo. Sobre qualquer assunto. Sabe até que vacina pode alterar seu código genético! E não admite mudar de ideia, nem aceita argumento algum. É tipo um poste daqueles das redes de alta tensão, bem grande, que nunca mais vai sair daquele lugar onde está fincado, para todo-o-sempre! Esse, não tem remédio. Talvez, talvez, só milagres salvem tamanha ignorância!
Resolvi falar nisso porque fui tomar a vacina e tinha ninguém na fila. Era cedo, verdade, mesmo assim achei estranho. E sintomático: Medo de virar jacaré! Na volta, em rápida caminhada – ainda com duas pernas – pelas ruas do centro da Campina da Cascavel, piorou: Encontrei duas pessoas, ambas formadas em faculdades da área de ciências biomédicas. A primeira me perguntou – veja a coincidência e a cara-de-pau – se eu iria tomar a vacina…A segundo também “causou”: Perguntou se era verdade que a vacina alterava o código genético da pessoa… Não ri, porque tive que segurar a decepção…Afinal ali não estava uma pessoa da qual não se poderia dizer ser portadora de burrice. Não era, pensei. Tem diploma de “dotô” – para falar bem no popular… E esses dias mesmo andei pensando em pessoas extremamente sábias, inteligentes e esclarecidas, que mal sabem assinar o nome!
Daí que também tem o outro extremo: pessoas com diploma de faculdade, e até com pós mestrados e doutorados, que falam inglês, já viajaram pra Disney, para Dubai e visitaram vários países europeus, que acreditam que a vacina – qualquer vacina – tem o poder de alterar o código genético. Fiquei com vontade, mas não perguntei ao meu amigo, por educação, se ele acha que o código genético fica no braço, ou no glúteo, locais onde comumente se aplicam vacinas…E aí poderia ele, o código em pele e osso, ser alvejado certeiramente pela agulha, e ter seus dados estraçalhados pela violência da brutalidade da vacinadora – uma moça até com ar de completa inocência. Note bem dois que ambas as pessoas que encontrei, eu acredito, não irão tomar a vacina. Uma pelo código genético. A outra achei melhor nem perguntar o motivo…
No mesmo rolê pelo centro também ouvi que outras duas pessoas que conheço, ambas também com diplomas de doutores, e de quem ouvi, ainda no ano passado, eles mesmos dizendo que a Pandemia era balela, conversa, gripezinha e desculpa para falar mal do Bolsonaro e do governo – como se para isso não estivessem sobrando motivos – tinham, as duas, sido internadas com Covid, em estado preocupante. Dessa vez não ri, nem critiquei, porque não gosto de desejar mal a quem quer que seja. E porque sou eterno otimista: Ainda acredito que mesmo os mais ignorantes, os mais negativistas – que são os ignorantes ao cubo – mesmo esses, um dia pode ser que enxerguem a verdade, a luz no fim do túnel. Se a gente pensar que eles por si mesmo não conseguem evoluir e reconhecer o erro, nos resta torcer apenas por um milagre. E milagre não dá em árvore…
Assim mesmo, torço e vou fazer orações para os doutores conseguirem sair dessa “de boa”. Porque aí talvez eles consigam, depois de curados, convencer mais uns três ou quatro, que pensam igual, de que é preciso reconhecer erros, que todos erramos, que não é feio voltar a trás e dizer “errei”, ou “eu estava enganado”! Que reconhecer os próprios erros é um vigoroso e altamente elogiável sinal de inteligência. Que só os negativistas – aquela tribo que tem certeza que a terra é plana – é incapaz de voltar atrás. Para estes não é preciso argumentos para ter certeza de que o planeta foi terraplanado. Eles acreditam e pronto. E não se discute mais isso. E aqueles que ousarem contestar sua certeza serão chamados de …burros, ou ignorantes! Mal sabem os negativistas que burros e ignorantes são aprendizes ou estagiários de… negativistas!
Note bem três que nunca me “achei”, nem me considero inteligente. Quando ouço alguém me considerar assim, respondo, na lata: Se fosse inteligente estava morando, nababescamente, numa ilha do Caribe, ou num paraíso desses exclusivos para seres muito privilegiados e extremamente ricos. Me considero, isso sim, um indivíduo mais ou menos bem informado! E tem muitos assuntos e temas sobre os quais sei absolutamente nada! Em muitas áreas do conhecimento sou um completo e acabado ignorante, e não escondo isso de ninguém! Mas me reservo o direito de lutar para que as pessoas não se tornem negativistas, nem ignorantes, nem burros. Não por querer mostrar “minha ciência”, nem para fazer cabeças ou parecer mais que os outros, nada disso. É porque acho a ignorância muito perigosa!
A ignorância sempre foi e continua sendo a arma dos astuciosos para manipular as massas, enganar incautos, vender falsos milagres, lograr trouxas e manter vivos uma manada de inocentes úteis, otários, voluntários ou não…. Eles compõem uma subespécie de humanídeos criados e multiplicados para servir os outros, prestarem-se a ser apenas e unicamente carregadores de piano. Uma vez, séculos atrás, esse povo era formatado a partir de escravos, ou de soldados derrotados em guerras, que viravam propriedade dos vencedores. Hoje em dia não deveriam mais existir tais seres. Mas os “interésses” (aqueles mesmo do Brizola) não permitem que eles sejam transformados em seres minimamente instruídos, ou razoavelmente esclarecidos…O suficiente para saber que são manipulados e conduzidos mansamente, tratados com migalhas feito boiada, a caminho do matadouro…Por acreditar que mesmo com essa manada ainda nos livraremos da Covid, vou continuar batendo na mesma tecla!