A maior atração deste inédito fevereiro dos tempos da peste, aqui no lugar onde ficava o Brasil – antes da pandemia de ignorância que nos assola – é conferir, nesta segunda (01/02) o despresidente rasgar mais um dos seus descumpridos compromissos de campanha. Aliás, dois compromissos: 1) Não interferir no Congresso nacional e 2) não se aliar ao deplorável “Centrão” – bloco parlamentar que congrega a podridão mais podre da política. A eleição para os presidentes do senado e da Câmara (que preside o Poder Legislativo)acontece hoje. Torço para que o candidato do despresidente, Deputado Arthur Lira (PP-PI), não consiga se eleger, mas isso é quase impossível. O ocupante da cadeira de presidente do antigo Brasil já ofereceu R$ 3 Bi em emendas parlamentares aos que votarem no seu candidato, Arthur Lira. E o voto dos deputados será secreto…
Na avaliação do Jornalista Ricardo Kotscho, em sua coluna “Balaio do Kotscho”, Lira vai se eleger. Segundo Kotscho, assumidamente de esquerda e anti-Bolsonaro, o poder do despresidente vai aumentar e a eleição de Lira fortalece Bolsonaro: “Para quem já tinha maioria no STF (Supremo Tribunal Federal), manda na PGR (Procuradoria-Geral da República), na PF (Polícia Federal), na PRF (Polícia Rodoviária Federal), na CGU (Controladoria-Geral da União), na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) etc., e tem no ministro da Justiça seu advogado particular, só restava a Bolsonaro se livrar de Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quem Paulo Guedes anda se estranhando, embora defendam a mesma política econômica”. Kotscho não comentou, mas isso se chama “aparelhamento” do governo, uma acusação muito usada pela grande imprensa. Mas só contra o PT…
Nos tempos dos governos petistas, acusação constante na vergonhosa imprensa brasileira era o que chamavam de “aparelhamento”, ou “instrumentalização”, do estado. O palavrão significa colocar em postos chaves dos poderes Legislativo e Judiciário pessoas de total confiança do Poder Executivo, do presidente, para evitar, bloquear, impedir, melar, inviabilizar qualquer tentativa de se policiar – e punir – desmandos, crimes e outros horrores do ocupante da cadeira de presidente. A acusação nunca serviu tão bem a qualquer presidente (inclusive a FHC, cujo Controlador Geral da República, cargo hoje de Augusto Aras, foi apelidado de “engavetador geral”) como cabe ao energúmeno que nos governa – cercado de puxa-sacos, incompetentes e lambe-botas!
Isso explica agora, com o atual despresidente, que até o Ministério da Saúde – uma instância eminentemente técnica, até privativa e exclusiva de pessoas “do ramo” – esteja ocupado por um general, fidelíssimo ao presidente e ignorante total, em termos de saúde pública. Além dele, estima-se que uns 600 outros militares estejam em postos que deveriam ser ocupados por técnicos, especialistas, servidores de carreira, só no Ministério da Saúde. Por essas e por outras, na semana que passou uma pesquisa canadense (que fica bem longe da China, de Cuba e de qualquer país comunista) apontou o Brasil como o país com a PIOR campanha anti-Covid19…no mundo inteiro, com mais de 100 países pesquisados! É nós, da fita! Vergonha…
O outro candidato, da oposição a Bolsonaro e favorável ao impeachment (seu único mérito), é o Deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que igualmente não é flor que se cheire: É golpista e “afilhado” de Michel Temer, e isso já basta! Ainda segundo Kotscho, a eleição ficou praticamente decidida com a adesão, na sexta-feira, de 30 deputados do PSL ao candidato Lira. Certamente foram “convencidos” pelas emendas anunciadas. Muitos deputados de oposição ao governo inclusive se negam a votar em Baleia Rossi, por seu “currículo”. Se a votação fosse através de voto aberto Rossi teria mais chances, embora não deva acontecer, em plenário, qualquer pressão popular a favor de Rossi, por conta de seu teórico apoio à abertura do processo de impeachment – para o qual sobram motivos!
Para tentar vencer Arthur Lira boa parte da oposição, inclusive o PT, PDT, PSOL e outros menores apoiam Rossi, incluindo dissidentes do DEM, PP e partidos de apoio a Bolsonaro, que ameaçam abandonar o barco. Caso Lira efetivamente se eleja com certeza podemos dar adeus à chance de impeachment. E o impedimento do despresidente é exatamente a maior bandeira de Baleia Rossi, apoiado, também, pelo atual presidente, Rodrigo Maia – o mesmo que engavetou mais de 30 pedidos de impeachment, alegando que “não é hora para isso”….
Esse é o “novo” Brasil dos políticos, que alardeiam estarem moralizando a política nacional…A vitória de Lira, por outro lado pode, talvez, causar grande sentimento de revolta: Após os acontecimentos vergonhosos de Manaus, das recentes pesquisas apontando queda de popularidade do governo e do crescimento de óbitos com a Covid19, fortalecer o governo, agora, vai revoltar muita gente. Mas, com o voto secreto…o resultado deve ser o esperado: Lira vence! E aí teremos o cabuloso e vergonhoso “Centrão” comandando o Poder Legislativo….E de braço dado com o despresidente que envergonha esse país. Aqui e mundo a fora!
Neste fevereiro não tem carnaval, algo inédito na Terra Brasilis. Um lugar onde muitos acham a festa mais popular (em número de participantes) do planeta é algo desprezível, ou dispensável. É que no Brazil (com z) manifestações culturais legítimas nem sempre são “bem vistas” – especialmente nos três estados do Sul. Por aqui louva-se e incentiva-se o Halooween, e (quase) tudo o que lembrar os Estados Unidos da América. Já curti muitos carnavais e ainda gosto, embora não participe. Nada contra, também a outras festas, apenas contra o colonialismo cultural que se busca, sempre, incentivar por aqui. Carnaval é uma grande, a maior, festa popular do planeta. E é legitimamente brasileira. Não foi inventada, nem criada, ou copiada, nasceu e sobrevive no meio do povão – contra muitos falsos moralistas! Sou a favor, sempre! Mas neste ano é recomendável mesmo que não tenha. Saúde pública, sempre, em primeiro lugar!
Os dias ficaram menos bem-humorados, menos divertidos, sem graça… Meu amigo – e de muitos xanxereenses – Sidney Matiotti, o popular e estimado “Sonêra” nos deixou, no último sábado (30/01), vítima da Pandemia. Dizer que foi um guerreiro, que venceu muitas lutas e que se tornou um brilhante e respeitado advogado é contar só um pedacinho da sua bela trajetória. Amigo dos amigos talvez seja a verdade que mais lhe agrade ouvir, agora mais ainda do que antes. Sincero, muito divertido, alto astral, batalhador, o xanxerense “Sônera” que conhecemos, deu lugar – sem nenhum prejuízo – ao Sidney e ao Dr. Matiotti em São Lourenço do Oeste, onde também conquistou muitas amizades! Esposo da Vera, pai do Jorge, da Elisa e da Andréia, seus grandes orgulhos, advogados, igual ao pai, saberão honrar sua memória! Fique em paz, “Sonerão”, seus amigos estão tristes, e saudosos! Mas orgulhosos e eternamente gratos pelos inesquecíveis bons momentos vividos em tua companhia!