A proposta de possível integração do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Corpo de Bombeiros Militar (CBM-SC), que vem sendo estudada pelo governo do estado, esteve no centro dos debates realizados na terça-feira (15), em uma audiência pública promovida pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. O evento aconteceu no Palácio Barriga Verde, e reuniu profissionais da área da saúde inclusive profissionais do Samu de Xanxerê e região, representantes de órgãos públicos, dirigentes de entidades de classe e lideranças políticas. Atualmente o Samu de Santa Catarina possui oito centrais de regulação, 96 unidades de suporte básico e 23 de suporte avançado, além de duas unidades helicópteros e uma avião. Somente no último ano foram prestados 324 mil atendimentos, ao custo total de R$ 110 milhões, com 80% do montante ficando a cargo do governo do estado e o restante pelo Ministério da Saúde. Já a gestão do serviço é de responsabilidade das prefeituras e a operacionalização dos serviços, pela organização social Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), com a qual o estado acumula uma dívida de R$ 20 milhões. Um estudo, porém realizado em conjunto com a SPDM, identificou que a redução no número de centrais possibilitaria cortar custos e o direcionamento dos recursos resultantes para o atendimento em si. De acordo com o Coronel BM João Batista Cordeiro Júnior, que responde pela gerência do SAMU em SC, é preciso direcionar recursos para capacitação dos profissionais, melhoria da infraestrutura, viaturas e equipamentos de comunicação. Ele defende a integração do serviço ao CBM-SC. Já o responsável pela implantação do Samu no estado, Cesar Augusto Soares Nitschke, questionou os ganhos em eficiência que a integração traria, tendo em vista que o órgão de saúde possui maior experiência e estrutura para realizar os atendimentos, bem como a economia proporcionada ao estado, uma vez que ao ir contra as portarias emitidas pelo Ministério da Saúde, a retirada do serviço do Samu acarretaria a diminuição dos repasses federais. Outra pessoa que se mostrou contra a integração do Samu ao Corpo de Bombeiros e pela constituição de um consórcio público para o atendimento pré-hospitalar foi Luiza Helena Pereira, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Saúde Pública Estadual e Privado de Florianópolis e Região (Sindsaúde). Muitos deputados também se fizeram presentes na audiência. Fato é que ainda muitas incertezas pairam sobre o tema que terá pela frente muitos debates até que uma conclusão seja encontrada e que atenda as demandas e necessidades existentes.