No primeiro trimestre deste ano, 632 mil toneladas de fertilizantes agrícolas desembarcaram no Porto de São Francisco do Sul. A cifra representa um crescimento de 26% em relação a 2021, quando foram importadas 502 mil toneladas do adubo.
O maior volume de carga foi registrado em fevereiro, quando navios descarregaram 301 mil toneladas de fertilizantes. Já em janeiro e março foram 165 mil toneladas em cada mês.
O adubo recebido no complexo portuário do Norte catarinense é originário de países do Oriente Médio, como Omã, Irã e Egito,além de Canadá e Estados Unidos.
A Rússia, que atualmente sofre sanções comerciais por causa da guerra e que dificultam a exportação de mercadorias, historicamente sempre teve baixa participação na movimentação de fertilizantes no Porto de São Francisco do Sul.
“Apesar da preocupação do setor agrícola com o conflito bélico no Leste europeu, já que a Rússia é tradicionalmente um relevante fornecedor de fertilizantes para o Brasil, o Porto de São Francisco está com uma importação crescente do produto neste início de 2022, graças às parcerias com outros países do Oriente Médio e também da América do Norte”.
As 632 mil toneladas que chegaram ao Porto de São Francisco nos primeiros três meses de 2022 representaram 6% das importações brasileiras de fertilizantes, que atingiram 10,4 milhões de toneladas neste período.
Como o preço médio da tonelada de fertilizantes está em torno de 600 dólares, a importação do adubo neste primeiro trimestre em São Francisco movimentou cerca de 380 milhões de dólares (em torno de R$ 1,8 bilhão).
No final de março, a administração do Porto de São Francisco publicou uma resolução dando preferência para a atracação de navios com fertilizantes.
A norma seguiu orientação do Ministério da Infraestrutura, para assegurar o abastecimento do produto no país durante o conflito entre Rússia e Ucrânia. Assim, se agiliza esse tipo de descarga para garantir a entrega do fertilizante no campo.
Os fertilizantes, que não pertencem à família dos agrotóxicos, são compostos químicos utilizados na agricultura para fornecer nutrientes ao solo e conseguir ganho na produtividade.
Eles são essenciais para as plantações de milho, soja, arroz e trigo.
O adubo em pequenas bolinhas (similar às de isopor) é produzido artificialmente em fábricas, que fazem a mistura de elementos minerais como nitrogênio, fósforo, calcário e potássio.