O inquérito aberto para investigar as delações de ex-executivos da Odebrescht apontam que políticos catarinenses receberam mais de R$ 20 milhões da empresa para custear campanhas. O que chama a atenção é que não somente o nome do Governado Raimundo Colombo, e do Deputado Estadual Gelson Merisio, aparecem nas delações. Uma planilha encontrada pela justiça aponta outras supostas doações da empreitara para outros políticos catarinenses entre os anos de 2010 e 2014. A relação apresentada pelo delator Benedicto Junior mostra o interesse da Odebrecht na eleição catarinense. Candidatas ao governo do Estado naquele ano, Angela Amin (PP) e Ideli Salvatti (PT), estão listadas como beneficiadas com R$ 300 mil cada. Não há detalhes sobre como teria sido o acordo para que Angela recebesse os valores. Segundo a planilha, Angela recebeu o codinome “Aspirina”. Naquela eleição, a pepista liderou as pesquisas no início da campanha, mas acabou derrotada por Raimundo Colombo (PSD) ainda em primeiro turno. Colombo não está nessa planilha, mas é citado pelos delatores Fernando Reis e Paulo Welzel como beneficiário de R$ 2 milhões da Odebrecht naquela disputa. O caso de Ideli Salvatti, terceira colocada na eleição de 2010, é o da suposta doação intermediada pelo ex-prefeito joinvilense Carlito Merss (PT) que motivou a petição para que o caso seja analisado pela Justiça Federal em Santa Catarina porque nenhum deles conta com foro privilegiado. Na lista, o codinome da petista é “Fantasma”. Candidatos a outros cargos em Santa Catarina naquela disputa também estão relacionados. O ex-deputado federal Paulo Bornhausen (PSB) teria recebido R$ 100 mil em dois repasses. Seu codinome no sistema que organizava as doações da Odebrecht era “Filho”. Filiado ao DEM na época, Bornhausen foi reeleito naquele ano. Outro ex-deputado federal na lista é Edinho Bez (PMDB), codinome “Mercedes”, que teria recebido R$ 50 mil. O peemedebista também se reelegeu naquela disputa. Menos sorte teve Tico Lacerda, à época filiado ao PDT. Citado com o codinome “Teco”, ele foi candidato a deputado estadual e consta na planilha como beneficiário de R$ 50 mil. Com apenas 2,3 mil votos, ficou longe da vaga na Assembleia. Paulo Welzel em relato a justiça afirmou que buscava um interlocutor dentro do governo do estado para forçar a administração a terceirizar a Casan. Onde então buscou o Conselheiro do Tribunal de Contas, Júlio Garcia, que indicou a ele que buscasse o Secretário da Fazenda Antônio Gavazzoni, que por sua vez solicitou contribuição de meio milhão de reais para as campanhas dos deputados Gelson Merisio e José Nei Ascari.
DC e G1