A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (2), a Operação Equipos, que busca desarticular uma organização criminosa que realizava o contrabando de equipamentos médicos através da Aduana de Dionísio Cerqueira. As investigações iniciaram a partir da apreensão de equipamentos no ano de 2013. Naquela oportunidade foram apreendidos tomógrafos, mamógrafos, dentre outros equipamentos de alto valor comercial, em uma carga avaliada em R$ 3 milhões, no entanto a documentação constava descrição genérica da mercadoria e valor declarado era de apenas 10% do total. De acordo com o apurado pela Polícia, entre os anos de 2011 e 2015, o grupo criminoso investigado introduziu de forma irregular no Brasil outras 12 cargas, remetidas dos Estados Unidos. Após a liberação pelas autoridades argentinas, as cargas desapareciam. Porém, notas fiscais emitidas pelo grupo comprovam que tais equipamentos ingressaram no Brasil e foram revendidos para clínicas, hospitais e intermediários de diversas regiões do país. A estimativa é que o grupo tenha sonegado durante este período cerca de R$ 20 milhões em impostos. São investigados empresários e pessoas jurídicas do ramo de exportação e importação, revendedores, clínicas, hospitais, despachante aduaneiro, além de um doleiro responsável pelo repasse de recursos ilícitos ao grupo. Também é apontado como integrante do grupo criminoso um servidor da Receita Federal lotado em Dionísio Cerqueira. Ainda segundo a polícia, estão sendo cumprido simultaneamente 62 mandados de busca e apreensão e 19 de condução coercitiva em 44 cidades de 19 estados, envolvendo 250 policiais nesta ação. Os envolvidos no esquema serão indiciados por corrupção ativa e passiva, associação criminosa, contrabando, facilitação do contrabando e falsidade ideológica, onde as penas se somadas poderão chegar a 23 anos de prisão.