No dia 23 de agosto de 1912 nascia, em Recife, Nelson Rodrigues, um dos mais impactantes escritores brasileiros e também responsável por uma renovação no teatro brasileiro. Com apenas quatro anos de idade, ele se mudou com a família para o Rio de Janeiro, onde viveu toda a vida. Aos 13 anos começou a trabalhar como repórter de polícia no jornal do seu pai, “A Manhã”. Por conta deste trabalho, adquiriu grande experiência sobre crimes passionais e também sobre a sociedade. Sua primeira peça foi “A Mulher sem Pecado” (1941), mas o sucesso veio com “Vestido de Noiva” (1943). Apesar da sua popularidade, Nelson Rodrigues também era criticado por escrever textos obscenos e imorais. Em 1962, publicou crônicas esportivas, onde deixava transparecer sua paixão pelo futebol, em especial pelo Fluminense.
Por falar nisso, junto com seu irmão, o jornalista Mário Filho, Nelson foi fundamental para que o clássico Flamengo x Fluminense, o Fla-Flu, adquirisse prestígio e se tornasse um dos grandes confrontos do futebol brasileiro. Entre os personagens fictícios consagrados em suas crônicas estão Gravatinha e Sobrenatural de Almeida. Assim como seus textos, a vida do escritor também foi marcada por por um crime passional. O jornal “Crítica”, de propriedade da sua família, publicou na primeira capa um relato da separação do casal Sylvia Serafim e João Thibau Jr., ilustrada por Roberto, irmão de Nelson. Por conta dessa matéria, Sylvia, a esposa que se separou do marido, comprou uma arma e foi à redação do jornal, onde atirou em Roberto. Nelson foi testemunha do crime do irmão, que morreu dias depois. A tragédia abalou a família, e o pai de Nelson morreu meses depois. Com a Revolução de 30, “Crítica” deixa de existir e a família mergulha em uma crise financeira.
Nelson passa a sofrer com tuberculose e é ajudado financeiramente por Roberto Marinho, amigo de seu irmão Mário Filho. Em 1932, ele é efetivado como repórter do jornal “O Globo”. A partir da década de 40, divide o seu tempo entre o jornal e a produção de peças teatrais. Em 1945, deixa “O Globo” e vai para “O Jornal”, dos Diários Associados. Começa a escrever “Meu destino é pecar”, com o pseudônimo de Susana Flag. Nelson também começa a escrever a peça “Álbum de família”, que teria o texto censurado em 1946. Na década de 50, transfere-se para o jornal “A Última Hora”, de Samuel Wainer, onde escreve crônicas de “A vida como ela é”. Nos anos 60, forma a primeira “mesa-redonda” sobre futebol televisão brasileira na recém-fundada Rede Globo.
Nos anos 70, começa a sofrer com problemas de saúde. No final de sua vida, reata o relacionamento com sua primeira mulher, Elza Bretanha, que fica com Nelson até seus últimos dias. O escritor morreu no dia 21 de dezembro de 1980, aos 68 anos, no Rio de Janeiro, por conta de complicações cardíacas e respiratórias.
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