Será que Xanxerê é a única cidade que fica mais de semanas debatendo o mesmo assunto em meio a uma pandemia? Em meio a uma UTI lotada e números de positivados e ativos só subindo? Até quando vamos ter que ouvir médicos dizendo por que receitam a cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina e médicos dizendo por que não receitam? Até quando a Prefeitura vai gastar tempo explicando que tem medicamentos ou que não tem e que não é contra a prescrição? Acredito que já esteja bem explicado que se o médico achar que o quadro do paciente condiz com o tratamento com tais medicações, que as mesmas serão prescritas. Se caso o paciente não concordar poderá ir buscar outro atendimento.
Há que se reconhecer que em meio à discussão aflorada na Campina, tem muita gente esclarecida e que sabemos, querem o bem de todos, mas também tem muita gente que já sabe mais que médicos. Tem muito especialista se formando pelo Google e tem que entender que as opiniões contrárias sempre vão existir. Agora ficar no deboche de médicos que estudaram já é demais, já se vai todo o descredito da luta tão bonita que foi trilhada para auxiliar a grande maioria.
Essa pandemia parece ter deixado as pessoas com uma falta de respeito tamanha, com uma preguiça lendária de abrir as notícias e ler a informação por inteira, de buscar a fontes da informação. O que se percebe é que as pessoas estão divididas em duas alas totalmente voltadas a política, por mais que digam que não. É só perceber o nível dos comentários para ver como tudo vai terminar na política, como tudo é culpa de um ou de outro político.
O que precisamos são de discursos mais seguros, mais concisos e coerentes. Hoje as pessoas precisam de firmeza em tudo. Se não falar claro, escrever o que realmente é, não adianta, as pessoas vão seguir na mesma linha reta de sempre. Analisando o que ocorreu em Xanxerê, quanto ao uso dos medicamentos do “kit”, a gota foi a administração ir para coletiva com um infectologista contrário aos medicamentos. Aí atiçou a irá de quem concorda com o uso. Se tivessem colocado ao mesmo tempo, duas opiniões contrárias e aí a população que seguisse o que acredita ser melhor, seria bem diferente. O que não dá é para não sustentar o que se acredita. Olha o laço que o prefeito de Itajaí está levando por oferecer diversas formas de tratamento da Covid-19! E mesmo sendo ridicularizado, o cara acredita e não está obrigando ninguém a seguir. Agora vamos ficar nessa novela até quando?