Depois da expulsão de Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”, um dos criminosos mais procurados do Brasil, de Moçambique, na África, uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) decolou da base aérea de Mavalane, em Maputo, com destino ao Brasil à 1h30min da manhã deste domingo. A expulsão de Fuminho foi mantida em segredo por questões de segurança. Agora ele vai enfrentar a Justiça no Brasil. “A Polícia Federal prendeu em Moçambique, nesta segunda, Gilberto Aparecido dos Santos, foragido há 21 anos. Conhecido como Fuminho, o traficante é considerado um dos líderes do PCC e está na lista do Ministério da Justiça e Segurança Pública como um dos criminosos mais procurados do Brasil”, dizia o comunicado no momento da prisão. De acordo com o documento assinado, neste domingo, pelo Ministério do Interior de Moçambique, a expulsão administrativa de Fuminho do território africano ocorreu por imigração ilegal. A decisão é de que ele não pode mais entrar no país por pelo menos 10 anos. Segundo o ministro Amade Miquidade, “ao entrar ilegalmente no país, desrespeitou-se a Constituição e o Regime Jurídico do cidadão estrangeiro em Moçambique”.O documento ressalta ainda que Fuminho tinha um mandado internacional de captura emitido pelas autoridades policiais brasileiras, que foi notificado no sistema da Interpol.
No momento da prisão, “Fuminho” estava em um condomínio da capital moçambicana. O suspeito foi capturado por meio de uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) com o Órgão de Combate às Drogas (DEA), do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e a polícia do país africano. As investigações da PF apontam que Fuminho é o braço-direito de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que é considerado o chefe supremo do PCC. Ele estava foragido das autoridades brasileiras há 21 anos. Atualmente com 49 anos de idade, Gilberto Aparecido dos Santos já constituiu um advogado para defendê-lo das acusações de tráfico de drogas e homicídio, por exemplo.
“Fuminho” é o responsável pelo fluxo de dinheiro e da logística necessária para o tráfico internacional de drogas na região da Bolívia e Paraguai. É uma espécie de sócio de Marcola. A carreira no crime ganhou relevância quando escapou da Casa de Detenção, no Carandiru, em São Paulo, em janeiro de 1999. Desde então, era procurado pela polícia brasileira. Em abril de 2019, “Fuminho” teria dado o aval para membros da facção criminosa fazer o resgate de Marcola do Presídio Federal de Brasília. Dois aviões e um helicóptero, que seriam caracterizados como da Polícia Militar de São Paulo, seriam usados no plano. O plano foi descoberto por agentes na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista, que flagraram anotações de membros do PCC. Marcola saiu da P2 de Venceslau no começo de 2019 para ir à penitenciária federal de Porto Velho. Um mês depois, foi novamente transferido, desta vez para a federal de Brasília.