O Ministério da Saúde afirmou nesta quarta-feira (21), que não pretende comprar vacinas contra a Covid-19 importadas da China, mas que houve um protocolo de intenção para adquirir lotes fabricados pelo Instituto Butantan no Brasil, desde que aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na terça-feira (20), a pasta emitiu uma nota, após reunião do ministro Eduardo Pazuello com os 27 governadores dos estados e Distrito Federal. No documento, constava a intenção de compra de 46 milhões de dosesda vacina Butantan Sinovac/Covid-19, em desenvolvimento pelo Instituto Butantan. A reviravolta veio na manhã desta quarta-feira, quando o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde e falou que o governo não compraria a vacina chinesa por conta da carência de segurança certificada. Nas redes sociais, ele também afirmou que os brasileiros não seriam “cobaias” para aplicação do imunizante. Após isso, coube ao secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, ler uma nota oficial em um rápido pronunciamento à imprensa, no fim da manhã. Segundo o comunicado, “não houve qualquer compromisso com o governo do Estado de São Paulo ou seu governador no sentido de aquisição de vacinas contra Covid-19”. Ainda de acordo com a nota, “qualquer vacina quando estiver disponível, certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde poderá ser oferecida aos brasileiros por meio do Programa Nacional de Imunizações. E, no que depender desta pasta, não será obrigatória”. Momentos após a posição do presidente da República, o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite também usou a rede social para reforçar que a aplicação do imunizante requer análise técnica e não política. De acordo com Leite, a inclusão de vacinas contra o novo coronavírus no Programa Nacional de Imunização só pode ser feita observando “viabilidade, segurança e agilidade para atender a população”. O governo conta com a produção local da vacina que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca. Um acordo de R$ 2 bilhões firmado em agosto, por meio da Fiocruz, prevê a transferência de tecnologia. Mas a produção deve ser iniciada somente em abril de 2021. Cabe destacar que nenhuma das duas vacinas em questão teve os ensaios da fase três concluídos ainda. A de Oxford teve um atraso após um voluntário no Reino Unido apresentar uma doença rara, o que fez com que o estudo ficasse paralisado no mundo todo por alguns dias. O Instituto Butantan prevê ter dados suficientes para pedir o registro da CoronaVac, que é testada no país desde julho, ainda no fim de 2020, o que poderia torná-la disponível para uso antes da vacina de Oxford.
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Secom