Ao longo de toda a tarde da sexta-feira (8), e também manhã deste sábado (9), o Ronda Policial recebeu dezenas de mensagens de moradores de diversos bairros de Xanxerê por conta da falta de água devido a um novo rompimento de uma adutora da Casan. Desta vez o problema ocorreu na comunidade da Linha Invernadinha, em uma área de difícil acesso segundo nota repassada pela concessionária. Os problemas e dificuldades enfrentadas estão alheios as pretensões da empresa, contudo, o fato gerou insatisfação e revolta de diversos moradores que saíram de suas casas para trabalhar no início da tarde e ao retornarem no início da noite seguiam sem água. O abastecimento começou a ser normalizado de forma gradativa por volta das 21 horas da sexta-feira, porém a normalização total dos serviços só deve de ocorrer entre o domingo (10) e segunda-feira (11). O que aumenta ainda mais a revolta dos moradores. Esta insatisfação se dá principalmente pelo anseio de renovação de contrato entre a Prefeitura e a Casan, que demonstra total incapacidade em atender a demanda existente no município, fato que gerou inclusive a abertura de uma CPI na Câmara de Vereadores, a fim de apurar os reais interesses existentes de forma obscura entre a empresa e o governo municipal, uma vez que o atual contrato ainda tem vigência por mais cinco anos e uma manobra política tem tentado realizar a renovação antecipada deste contrato por mais 30 anos, sem que a empresa se quer tenha cumprido com suas obrigações pelo atual contrato, que prevê que a Casan deveria ter realizado um investimento de aproximadamente R$ 20 milhões para garantir a qualidade do atendimento a população xanxerense e se quer houve o investimento de um único centavo de acordo com os próprios vereadores proponentes a abertura desta CPI. Muitas lideranças políticas de Xanxerê estão atentas a situação desta que é tratada como uma manobra política na cidade, uma vez que em abril deste ano, uma matéria veiculada pelo jornalista Moacir Pereira no ClicRbs, trouxe a tona que a venda de 49% da Casan, fazia parte de um acordo entre o governo do estado com a Odebrecht, que foi aprovada pela Assebleia Legislativa de Santa Catarina com total apoio do então Presidente Gelson Merisio. O fato gerou investigações por parte da Lava Jato, onde consta que a privatização de parte da Casan fazia parte de um acordo para doação de R$ 2 milhões de reais a um pequeno grupo político do estado, onde um dos beneficiários seria além do Governador o próprio Deputado Estadual Gelson Merisio e outros correligionários.