A Secretária de Estado da Administração (SEA) e a Secretária de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE) lançaram na sexta-feira (8), um Desafio de Inovação para Captura e Visualização de dados do transporte público intermunicipal de Santa Catarina.
Por se tratar de um desafio complexo, a SIE procurou o Laboratório de Inovação do Governo (Nidus), vinculado à SEA. O laboratório tem uma metodologia exclusiva para entender os problemas públicos. O trabalho conjunto mapeou o ambiente do transporte intermunicipal e as dificuldades em manter dados atualizados e em tempo real dos passageiros e linhas de transporte.
O mapeamento mostrou que as concessões ainda precisam ser regularizadas, pois o Poder Público não dispõe de informações suficientes para deflagrar o processo licitatório. O objetivo da regularização, então, é garantir que as empresas ofereçam um serviço adequado, com linhas e horários que atendam a necessidade da população, de forma transparente e auditável.
Para que o Estado seja capaz de realizar as licitações, são necessários dados da movimentação da população no território. Atualmente, há 70 operadoras, com cerca de 1,2 mil veículos operando em 564 linhas. Mensalmente, essas empresas submetem dados com a quantidade de passageiros por linha em um portal eletrônico da SIE, estratificados com a quantidade de bilhetes totais, isentos ou com descontos (idosos e estudantes, por exemplo).
Uma parcela de empresas utiliza sistemas de bilhetagem eletrônica, que permitem a venda antecipada de créditos ou bilhetes de forma online, via aplicativos ou em guichês. Porém há empresas que operam de forma analógica, quer seja em guichês ou no embarque de passageiros ao longo do trecho, onde o registro é feito pelo motorista ou por um cobrador.
Um dos principais problemas é que os dados enviados pelas empresas acabam prejudicando a auditagem. Eles são autodeclarados e apresentados de forma consolidada por linha e mês, impossibilitando um detalhamento para saber a demanda em cada horário, dia, trecho ou sentido (ida ou volta). Pelo fato de não existir monitoramento em tempo real da frota e da rota percorrida, há dificuldade de detectar problemas na operação, fiscalizar ou tomar ações de maneira mais rápida.
De forma geral, o desafio que impacta o Estado é não possuir os dados precisos para o planejamento, a operação e a fiscalização do transporte, além de não dispor das informações necessárias para a licitação das concessões, essencial para o cumprimento da exigência constitucional e à garantia da estabilidade no sistema de mobilidade da população.
Essa é a terceira fase do ciclo de inovação aberta, onde os órgãos terminam o mapeamento de suas demandas e abrem os desafios para que o ecossistema de inovação possa sugerir soluções, nos próximos 30 dias. A próxima fase é de estudo técnico e testagem das soluções apresentadas.
“Um dos objetivos da inovação aberta no setor público é justamente entender e resolver problemas complexos, que possam ser resolvidos com soluções inovadoras, trazendo efetividade às contratações do Governo de Santa Catarina”, lembra a coordenadora do Laboratório de Inovação em Governo (Nidus), Luana Bayestorff.