Era um dia normal na chácara do médico Evandro Nicola, localizada na Linha Primavera Alta, interior do município de Maravilha. Um funcionário do local estava realizando o plantio de árvores, quando se assustou ao ver o que para ele era uma ‘cachopa de abelhas’. Ao analisar com cuidado e limpar a vegetação ao redor, descobriu ser, na verdade, um fungo gigante, com a estrutura de cogumelo. O fungo encontrado por Evandro faz parte da do gênero Macrocybe, mas a espécie só será possível descobrir após a análise de um especialista da área. Porém, é impossível não ficar impressionado com seu tamanho: 62 cm de comprimento, e 18,2 kg. Por isso, Evandro não teve dúvidas de que precisava compartilhar o achado com especialistas da área, e entrou em contato com o curso de Ciências Biológicas da Unochapecó. O trabalho de retirada dos fungos do local foi realizado pela equipe do Museu de Ciências Naturais da Universidade. Agora, entra em ação o trabalho dos profissionais do Museu para a conservação do achado, que deve seguir uma série de procedimentos padrões, para que depois ele integre o acervo. O professor destaca que os fungos formam essa estrutura de cogumelo quando vão fazer uma parte do ciclo de vida deles, que é a reprodução sexuada. Não ter o cogumelo não significa que o fungo não esteja no ambiente, pois ele pode estar misturado com a matéria orgânica morta, por exemplo, mas no formato de hifas, de micélio, que são parecidos com os mofos que costumamos ver em frutas e outros alimentos. Além de estarem em praticamente todos os lugares, a toda hora, os fungos também prestam serviços ecológicos importantíssimos, como por exemplo, a decomposição da matéria orgânica e ajudar as plantas a obterem nutrientes como fósforo. Entender esse sistema complexo que existe no grupo dos fungos, por si só já é algo muito interessante e curioso. Imagine então poder ver de perto um exemplar como esse, com os próprios olhos, e descobrir que ele foi achado aqui na nossa região. Agora, após o fungo passar pelo processo de conservação, ele estará disponível para visitação no Museu da Unochapecó, junto ao acervo com demais exemplares nativos da nossa região. Uma oportunidade única para conhecer e entender melhor tudo o que integra a nossa biodiversidade do Oeste catarinense.
Colaboração: Gabriel Kreutz