O Gaeco e a Polícia Civil cumpriram 35 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens neste sábado (9) em Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso, na Operação O2, que investiga a compra emergencial, com dispensa de licitação de 200 respiradores por parte do governo catarinense. Os aparelhos, adquiridos em março em meio à pandemia do novo coronavírus, custaram R$ 33 milhões, tiveram o pagamento antecipado, e ainda não foram entregues. O governo do estado ainda não se manifestou sobre a operação. As ordens judiciais foram cumpridas em 12 municípios desses quatro estados e envolveram cerca de 100 policiais civis, militares e rodoviários federais. A operação tem apoio também do Tribunal de Contas (TCE-SC). As investigações apontam uma suposta fraude no processo, envolvendo agentes públicos, falsidade ideológica em documentos oficiais, criação de empresas de fachada administradas por interpostas pessoas e lavagem de dinheiro. Não foram dados mais detalhes porque a investigação está sob sigilo, mas um dos locais no estado onde houve buscas foi o Centro Administrativo catarinense, em Florianópolis. No Rio de Janeiro, em um galpão em Vargem Pequena, na Zona Oeste, os agentes apreenderam máscaras n-95, um Equipamento de Proteção Individual essencial para o trabalho das equipes de saúde, máscaras de oxigênio, laptops e peças para respiradores. Durante a manhã, o secretário-chefe da Casa Civil, Douglas Borba, foi ouvido na Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC), da Polícia Civil, em São José, na Grande Florianópolis. Ele estaria envolvido na compra, segundo disse o ex-secretário da Saúde, Helton Zeferino, que deixou o cargo depois que o caso veio à tona. Até este sábado, haviam sido ouvidas 15 pessoas na apuração. Em coletiva de imprensa, o diretor-geral da Polícia Civil, Paulo Koerich, disse que foram apreendidos R$ 300 mil em espécie no Rio de Janeiro, em um dos alvos da operação, insumos hospitalares e que houve sequestro cautelar de R$ 11 milhões de uma conta bancária. Para a força-tarefa composta por Polícia Civil, TCE-SC e Gaeco, não houve exigência de garantia e nem cautelas quanto à verificação da idoneidade e da capacidade da empresa que vendeu os aparelhos, a Veigamed.