O procurador-geral de Justiça de Santa Catarina, Fernando Comin, deu detalhes sobre as investigações que apuram uma suposta fraude na compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões pelo governo catarinense e que já resultaram nos pedidos de exoneração de dois secretários estaduais e na Operação O2, deflagrada no último sábado (9). Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina nesta segunda-feira (11), ele falou que há indícios da existência de uma organização criminosa que usava uma empresa de fachada e intermediava a venda de equipamentos para o poder público, com a facilitação de alguns agentes do governo no processo de compra. Segundo ele, entre os investigados nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro, está o presidente de uma Câmara de Vereadores no estado do Rio de Janeiro, que seria relacionado à empresa Veigamed, de quem o governo catarinense comprou os respiradores. No entanto, o procurador não deu detalhes dos envolvidos por conta da Lei de Abuso de Autoridade e do sigilo da investigação, não mencionando nomes de pessoas em Santa Catarina que poderiam estar envolvidas diretamente no caso. O governo do estado comprou 200 respiradores no dia 26 de março, pagando R$ 33 milhões antecipadamente pelos produtos. Cada aparelho custou R$ 165 mil, valor pelo menos 65% mais caro do que os adquiridos pela União durante a pandemia. O primeiro e o segundo lotes deveriam ter chegado em 7 de abril e 30 de abril, respectivamente, o que ainda não ocorreu.
G1