A Vara Criminal da comarca de São Miguel do Oeste publicou sentença na qual condenou o ex-prefeito de São Miguel do Oeste, Nelson Floss da Silva a 24 anos, 2 meses e 20 dias de prisão por associação criminosa e por fraudes em licitações. O ex-secretário municipal de Infraestrutura, Idemar José Guaresi, também foi condenado, pelos mesmos crimes, a cumprir 14 anos e 3 meses de prisão. Luiz Carlos Coser, o popular “Peninha”, amigo do ex-prefeito que participou do esquema, recebeu condenação de 18 anos, 9 meses e 20 dias de prisão.
O esquema
Ao todo foram nove licitações fraudadas. A investigação recebeu o nome de “Operação Patrão” porque assim os demais integrantes da associação chamavam o ex-prefeito. Os empresários concordaram em concorrer com propostas abaixo do valor de mercado ou acertavam, quem ganhava, antes mesmo da abertura das licitações. As obras eram executadas com auxílio de máquinas da prefeitura (caminhões, escavadeiras), o que gerava uma economia para os empresários que repassavam de 3% a 5% do valor licitado para o então governante municipal. Assim foi se formando o que eles chamavam de “caixa de campanha”. O dinheiro teria sido usado para financiar a campanha de reeleição do então prefeito Nelson Foss da Silva, em 2012. Uma ação civil pública tramita no fórum de São Miguel do Oeste para tentar apurar o montante desviado pela quadrilha. Consta nos autos ainda, que o esquema iniciou em 2010 com a Cooperativa Mista de Profissionais Autônomos e Comércio de Materiais (Cooperastec), coordenada pelo então presidente Ivan Corassa. Peninha chegou a ser contratado como eletricista para facilitar os acordos. No ano seguinte, foram incluídas as empresas RS Construções Ltda e Sebastião Padilha Alves da Silva ME. Com a saída de Peninha da Cooperastec, esta última passou a ser pressionada a desistir da licitação do “bairro Santa Rita”, obra de calçamento de mais de R$ 2 milhões. Ivan Carlos Corassa recebeu graves ameaças e oferta de R$ 40 mil (em pó e pedrisco) para desistir da licitação, a fim de que outra empresa, previamente acertada, fosse vencedora.
Outros condenados
Todos podem recorrer em liberdade.
Assesscom/TJSC