Uma ampla análise de dados de 3 milhões de pacientes pediátricos que receberam a vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 concluiu que existem “evidências reais” da segurança do imunizante para esse público.
Os pesquisadores utilizaram três bases de dados que totalizavam 5,9 milhões de doses aplicadas em pessoas de 5 a 17 anos nos Estados Unidos entre 2021 e 2022. O artigo foi publicado nesta segunda-feira (22) no Jama (Jornal da Associação Médica Americana).
Eles buscaram por 20 eventos adversos que poderiam ter relação com o imunizante, sendo estes:
Apenas casos de miocardite e pericardite atingiram o liminar para um sinal estatístico nos três bancos de dados, afirmaram os autores.
Não houve surpresa em relação a esses episódios, salientam os pesquisadores, ao dizer que “o sinal detectado para miocardite ou pericardite é consistente com o relatado em publicações revisadas por pares demonstrando um risco elevado de miocardite ou pericardite após vacinas de RNAm [RNA mensageiro], especialmente entre homens mais jovens de 12 a 29 anos.”
Ainda assim, casos de miocardite e pericardite após a vacinação contra a Covid-19 com o imunizante da Pfizer são extremamente raros, ressaltam. O levantamento não detectou sinais de miocardite e pericardite em indivíduos de 5 a 11 anos que receberam os imunizantes. O trabalho também não estabelece uma relação causal entre a vacina e a miocardite ou pericardite, algo que os autores sugerem que seja investigado posteriormente.
Esses eventos em adolescentes já haviam sido relatados aos órgãos reguladores, que entenderam no momento de aprovação que os benefícios da imunização contra a Covid-19 superam eventuais riscos de miocardite e pericardite.