A gangorra quebrou. Possivelmente em nenhum momento em mais de um século de história, os dois protagonistas do maior clássico gaúcho estiveram tão por baixo. Estropiados, fracos, anêmicos, amedrontados e em crise, Inter e Grêmio se enfrentam na noite desta quarta-feira (9), às 21h, no Beira-Rio, em jogo válido pela fase classificatória do Campeonato Gaúcho. Quem vencer, ganha fôlego e confiança para tentar deixar os piores dias para trás e seguir em busca do título. O perdedor, por outro lado, entrega novos contornos a sua espiral de tensão.
Para completar o ambiente do Gre-Nal 435, é preciso lembrar que ele teria que ser disputado há 10 dias. O jogo acabou cancelado pouco antes do horário marcado para a bola rolar porque o ônibus que conduzia a torcida gremista foi recebido no Beira-Rio com uma pedrada, que quebrou a janela e atingiu o rosto de Villasannti. O volante foi para o hospital e o Gre-Nal adiado para esta quarta-feira. Até agora, os responsáveis pela agressão não foram responsabilizados, mas os órgãos de segurança pública prometem novas medidas de segurança.
Tanto o Inter quanto o Grêmio acabaram de ser desclassificados da Copa do Brasil, mas os colorados perderam por 2 a 0 para o inexpressivo Globo, do Rio Grande do Norte. Depois, venceu o Aimoré, em casa, por 1 a 0 em uma partida marcada pelo pior público da história do novo Beira-Rio e pelas vaias.
Alexandre Cacique Medina foi mantido no cargo, mas a sequência ruim causou a demissão do executivo Paulo Bracks. Apesar do voto de confiança dado pelo presidente Alessandro Barcellos ao técnico e do pedido dos jogadores, que solicitaram a sua permanência, uma derrota no clássico pode abreviar a trajetória de Medina por Porto Alegre.
O Grêmio, além de estar na Série B, trocou de comissão técnica no meio do Gauchão, o que fez o time, mais uma vez, buscar um novo rumo. Além disso, o grupo, que está curto e sem muitas opções de qualidade, se vê cada vez mais pressionado, depois de perder a liderança do Campeonato Gaúcho e ter sido eliminado na Copa do Brasil para o Mirassol. Tudo isso também evidencia o atraso da direção em conseguir projetar um 2022 sólido para o Tricolor.