Nos dias 14 e 15 alunos do ensino fundamental do Colégio Integração participaram de uma aula especial sobre inclusão e acessibilidade. Na terça-feira (14) alunos do 2º e 3º ano do período matutino participaram de um bate-papo com Ivan Durand Junior e na quarta (15) à tarde foi a vez dos alunos dos 3º, 4º e 5º anos, mas desta vez, acompanhados da aluna Clara dos Santos Durand, que estuda na escola e tem paralisia cerebral.
Durand explicou que a iniciativa partiu da escola que está trabalhando os temas nas aulas de filosofia. “A professora Fabiane Padilha me chamou e perguntou se eu poderia promover uma conversa com os alunos que estavam estudando sobre o assunto. Ela sugeriu que uma pessoa que tivesse vivência no assunto poderia enriquecer o aprendizado dos alunos e eu aceitei. Ela então conversou com a direção da escola que decidiu incluir outras turmas”.
Segundo Durand, que é pai da Clara, a possibilidade de falar sobre inclusão e acessibilidade para as crianças dá a elas a percepção de que uma necessidade especial pode acontecer com qualquer pessoa. “Foi muito interessante porque após explicar a situação que vivemos com nossa filha e mostrar que existem vários tipos de necessidades especiais, as crianças começaram a trazer exemplos de pessoas nas suas famílias, como idosos, pessoas com deficiências ou síndromes, pessoas que ficaram temporariamente impossibilitadas em virtude de algum acidente. As crianças começaram a perceber as barreiras estruturais que impedem uma pessoa com deficiência a ter os mesmos direitos que qualquer outra pessoa”.
Durante muito tempo houve preconceito em falar sobre as necessidades especiais ou sobre deficiências, o que, na opinião de Durand, dificultou o tratamento e a possibilidade de desenvolvimento das pessoas. “Eu converso com os médicos, terapeutas e especialistas e percebo que antigamente o preconceito começava dentro de casa. Hoje temos mais facilidade e liberdade para falar sobre o assunto. Em casa falamos abertamente com a Clara e falar com as outras crianças faz com que ela seja vista como uma igual. Com certeza o preconceito restringe as possibilidades e a sociedade precisa entender que inclusão não é apenas participar de um grupo, mas ser tratado como um igual é que faz a diferença. E começar a falar sobre isso cedo, com as crianças, nos dá uma oportunidade de acreditar em um mundo melhor no futuro”.