Pouca coisa é fácil na pandemia pela qual estamos passando, e temos nos confrontado com perguntas difíceis de responder. Em determinadas situações, é até impossível encontrar uma resposta correta. O primeiro instinto da maioria das pessoas é dizer que a vida é a coisa mais importante e, portanto, não há razão para considerar outra coisa senão tentar salvar a todos a qualquer custo. E, afirmando que “a economia se recupera, os mortos não”, em vários lugares o sistema econômico foi amplamente paralisado, com altos níveis de aprovação. No entanto, quando se fala em economia, nem todo mundo pensa apenas nos prejuízos do mercado de ações, quedas nos preços do petróleo ou no poder de compra dos consumidores. A economia também está ligada à vida e à morte das pessoas, principalmente das populações mais pobres e vulneráveis.
Não estamos falando sobre esses “dilemas” que personagens de comédias românticas enfrentam no decorrer dos filmes, nos quais eles precisam decidir entre uma pessoa bonita, inteligente, rica e convencional ou, por outro lado, um par bonito, inteligente, não tão rico e menos convencional. Um dilema precisa se encaixar em algumas características. Tem de ser inevitável, ou seja, no momento em que ocorre, é impossível ignorá-lo. Por fim, o dilema é moralmente insolúvel: e isso é fundamental, porque às vezes confundimos a possibilidade prática de resolvê-lo, de tomar uma decisão, com o fato de que o dilema é eticamente solucionado.
O dilema de dois pesos e duas medidas, também é vivenciado pela população (especialmente jovens) e empresários (que atuam no ramo de eventos), na região Oeste, especialmente na cidade de Xanxerê. Isto pois, muitos têm se perguntado: “A regra não é geral e valida da mesma forma para todos?”. Bem, o que se percebe nos últimos dias na terra das cascavéis é uma atuação mais incisiva (presente e rígida) por parte das autoridades, no que se refere a realização de eventos e aglomeração de pessoas. Festas tem sido encerradas, casas de shows tem sido fechadas (algumas). Tudo em “respeito ao “decreto estadual”. Mas essa mesma regra não é vista ser aplicada de forma igualitária a todos os espaços promovedores de eventos – pelo menos é o que a sociedade tem dito! Estaria ai havendo em Xanxerê a existência de “dois pesos e duas medidas” ou seria “aos amigos os favores e aos inimigos ou indiferentes os rigores da lei”
Em período de pandemia, o que mais é possível ver são pessoas e profissionais se reinventando e buscando especialmente pelas mídias sociais formas alternativas de garantir seu sustento. Essa “onda” da evolução tecnológica e eclosão das redes sociais, tem feito com que as “autoridades” também passassem a atuar de forma fiscalizadora pelas mídias sociais. E é por lá que têm se chegado a muitas festas, eventos com grande junção (aglomeração) de pessoas, inclusive estando estas “autoridades infiltradas em grupos” para extrair as informações necessárias para poder “aplicar a lei”. Em busca de atrair os “holofotes” ou atenção popular, muitas pessoas mesmo sem querer têm favorecido e facilitado o trabalho das autoridades, ao expor em post de feed ou storie o “sucesso” do evento/festa. Uma tentativa de exposição social na qual “o tiro acaba saindo pela culatra”.
Talvez uma das grandes lições ou ensinamentos que a pandemia da Covid-19 traz ou trouxe em plena era de evolução tecnológica e domínio das redes sociais, é o fato de que: “Nem tudo o que se vive se posta”.