Há muitos anos, verificamos um crescente aumento de programas destinados à divulgação de casos de violência em diversas regiões do país e de diferentes proporções. Conheço pessoas que gostam do alerta sensacionalista e da suposta cobrança por segurança e justiça que parece não chegar ao cidadão. Aliás, estar seguro é algo essencial para que possamos viver em paz, pois se o medo for frequente em nossas vidas, certamente, iremos nos ferir.
Entretanto, a mídia parece não estar alcançando alguns dos seus objetivos. É certo que a população fica muitas vezes temerosa, mas o fato é que o Estado não está conseguindo agir adequadamente perante o crescente desempenho de mentes que devem gostar da maldade. Se até pouco tempo tínhamos informações de que regiões metropolitanas não eram seguras para todos, agora temos certeza de que nem aquelas, nem nossas regiões interioranas estão seguras.
A insegurança de viver nos dias atuais está chegando a tal ponto que pessoas de cidades pacatas estão começando a desconfiar de todo e qualquer movimento suspeito, assim como os moradores de cidades maiores. Qual seria o motivo desse medo todo?
De fato, estar passando pela rua e tornar-se refém de uma quadrilha e presenciar assaltos a mãos fortemente armadas não era comum por aqui e sugere o espalhar daquilo que amedronta. O crime parece estar mais organizado que o próprio sistema de segurança ofertado pelo Estado. Tal crítica não se refere aos poucos policiais que temos, mas sim os que organizam a quantidade de profissionais da área em cada município de nosso vasto Brasil.
Há uma necessidade urgente de reorganizar nossa segurança pública, pois, fazendo uma comparação metafórica, é logico, sabemos que, quando uma guerra se inicia, dificilmente a tropa de menor número de homens consegue sair-se vitoriosa num primeiro instante. Atrocidades poderão acontecer primeiro. E, quando isso ocorre, percebemos que falácias não resolvem problemas emergentes em nossa sociedade, tal como o da (in) segurança pública.
Jamais foi pecado, nem sequer utopia, o desejo de viver sossegado em uma casa no campo, aquela que poderíamos ficar no tamanho da paz. Parece-nos, todavia, que querem destruir nossa casa, sem dó, nem piedade, deixando-nos à mercê do medo em um campo que, cada vezmais, ecoa o barulho de armas.
Por Luciane Marangon Della Flora