A vacina russa “Sputnik-V”, a primeira do mundo contra a Covid-19 a ser anunciada e fortemente criticada pela falta de divulgação dos resultados dos testes das fases 1 e 2, produziu uma resposta de anticorpos em todos os participantes, de acordo com estudo publicado nesta sexta-feira (4) pela revista médica The Lancet. Os resultados dos dois testes, conduzidos entre junho e agosto deste ano, envolvendo 76 participantes, mostraram que 100% dos voluntários desenvolveram anticorpos e nenhum efeito colateral sério.
Entre 18 de junho e 3 de agosto de 2020, 76 adultos saudáveis (com idades entre 18 e 60 anos) foram inscritos nos dois estudos: 38 participantes foram incluídos em cada um e cinco pessoas foram mantidas como voluntários de apoio em caso de desistência (duas para a fase 1 e três para a fase 2). Do total, 53 (70%) eram homens e 23 (30%) mulheres. Na fase 1 de cada estudo, dois grupos de nove voluntários receberam uma dose de vetor de adenovírus recombinante tipo 26 (rAd26) ou vetor de adenovírus recombinante tipo 5 (rAd5).
Na fase 2, outro grupo de 20 voluntários adultos saudáveis em cada estudo recebeu doses sequenciais de rAd26-S seguidas de rAd5-S de uma das duas formulações. Os eventos adversos foram principalmente leves: dor no local da injeção (58%), hipertermia (50%), dor de cabeça (42%), astenia (28) e dores musculares e articulares (24%). Os efeitos colaterais ocorreram com frequência semelhante para cada vetor de vacina, com cada formulação e após cada dose.
“Eventos adversos sérios não surgiram neste pequeno corte. Ambas as formulações da vacina foram imunogênicas em todos os participantes, induzindo respostas humorais neutralizantes e mediadas por células. Na fase 2, 85% dos participantes tinham anticorpos detectáveis 14 dias após a dose inicial, aumentando para 100% no dia 21, com aumentos substanciais após a dose de reforço”, diz o texto publicado pela Lancet.
Receba as informações do Ronda Policial no seu whatsapp de forma rápida e prática clicando aqui!!!