Saúde, vida longa e muita energia positiva a todos os (as) médicos (as), enfermeiros (as) e demais profissionais e trabalhadores (as) da área de saúde de Xanxerê e deste Brasil, nesta hora de turbulência e insegurança coletiva. Vocês que estão na linha de frente, colocando diariamente em risco suas próprias vidas e, por extensão, a vida de seus familiares, merecem muito mais que o reconhecimento de todos nós. O valor de vocês e o trabalho que prestam neste momento aos brasileiros de todas as crenças, classes sociais e políticas não se pode traduzir em palavras, nem apenas com um simples e sincero “muito obrigado”. Vocês estão nos mostrando – com extrema dedicação, competência e humildade – como é, de verdade, praticar a solidariedade, a fraternidade e dedicar amor ao próximo, seja ele quem for. Se a Pandemia já mudou algumas coisas para melhor nas relações humanas, com certeza o exemplo de vocês é a mais valiosa e eloquente demonstração disso.
Vocês estão reconstruindo o conceito de vida em comunidade, e revitalizando o que é viver em coletividade. A responsabilidade dos valores humanitários que vocês têm lançado mão nas suas atividades nos escancara uma ótima novidade: Ainda podemos ter esperança de que o ser humano possa recuperar e fortalecer a noção do verdadeiro significado da vida! E reaprenda o conceito de amar seus semelhantes, sem condicionantes, nem porquês. O amor ao próximo, o respeito e a convivência harmônica – principalmente nos momentos mais difíceis – é a aula magna na insubstituível e imbatível faculdade da vida! Estamos por aqui de passagem e somos, todos, meros grãos de areia, pó que a terra vai retomar para si. Por isso, viver aqui com a elevada prática de contribuir para o bem-estar geral do maior número possível de pessoas é algo que precisa ser visto como exemplo a ser seguido, em todas as esferas da atividade humana. Se temos que tirar sempre boas lições dos momentos mais críticos, reconhecer e exaltar o trabalho de quem está cuidando da saúde da população neste momento é um ensinamento que deveremos levar para sempre. E agradecer por isso!
Não se trata de defender aqui que vocês, os trabalhadores (as) da saúde sejam homenageadas com medalhas, condecorações ou honrarias. Tal reconhecimento ultrapassa nossa limitada capacidade de valoração e só mesmo o Senhor das Esferas – Aquele que nos brinda com o divino sopro da vida – possui tal competência. Ele haverá de usá-la, tenho certeza, para retribuir a vocês a grandeza e o amor de vossos atos. Também me admira que a missão que vocês desempenham para preservar vidas não tem lhes conferido tratamento privilegiado, ou diferenciado, como seria justo e merecido. E acredito ser desnecessário pedir-lhes que desarmem seus espíritos ou que desconsiderem manifestações de pobreza de espírito e de desumanidade, manifestas por pessoas sem grandeza na alma. A História da espécie humana é pródiga em, num primeiro momento, ignorar e menosprezar ações e personagens que lutaram e salvaram muitas vidas. Mas essa mesma História também é implacavelmente justa em reconhecer, mesmo que com alguma demora, o imenso valor de que fez por merecer! Sei, também, que esse reconhecimento não é a alavanca que vos move. Essa força, hoje estranha, só brota em cérebros e corações profundamente identificados com os valores que conduziram a civilização humana ao longo de séculos.
Releguem tais demonstrações de desumanidade, elas não traduzem o sentimento da maioria, são apenas amostras da pequenez, do desconhecimento e da soberba de quem se julga superior, ou melhor que os demais. Machucou e feriu meus sentimentos ler, dia desses, o depoimento doloroso, porque sincero, de uma valorosa, porém simples, profissional de Enfermagem do Hospital São Paulo, de Xanxerê, onde vivo. Exausta, mas ainda extremamente preocupada com o que assistia ao sair do trabalho estressante no hospital, porém sem perder a calma, ela implorava algo simples e vital: pediu, implorou, por favor e delicadamente, que as pessoas parassem de se aglomerar em festas e reuniões totalmente supérfluas e descartáveis. Disse que estava à beira de um colapso – com seu incansável trabalho e com tais atitudes – mas não demonstrou qualquer intenção de desistir da sua missão, nem de condenar ou de agredir os transgressores das medidas recomendadas, exaustivamente. Reiterou seu pedido de obediência às recomendações, manifestou tristeza com o que viu e apenas sugeriu que aquelas pessoas experimentassem, talvez, passar alguns momentos trabalhando num hospital ou numa UTI…
Confesso que me emocionou sua grandeza de alma. Eu não teria nem dez por cento da altivez, da correção e dessa grandiosidade de caráter. Por isso resolvi escrever essas linhas, extensivas a todos e todas as pessoas que sabem enxergar – além das polêmicas sobre uso de medicamentos, além dos maus exemplos de autoridades superiores, além de críticas sem pé, nem cabeça, além da falta de leitos ou da precaríssima logística e da insensibilidade das pessoas… – sabem enxergar o valor da vida! De qualquer vida! E isso, nos dias atuais podemos até chamar de um “achado”. Que o Senhor das mais altas esferas proteja, preserve e continue iluminando essas almas em suas valiosíssimas caminhadas. Quero apenas transmitir a certeza que este escrevinhador e muitas outras pessoas sabem reconhecer, enaltecer e valorizar esses imprescindíveis homens e mulheres! Vocês são exemplos de honestidade moral, ícones da cidadania e guerreiros da árdua luta pela vida plena e da melhor maneira possível – para todos e para cada um!
Meus parabéns a todos (as)!