Quem nunca brincou carnaval com a Banda dos Bossini, de Xanxerê, não é um xanxeriano “raiz”. Falo dos que curtiram maravilhas como os bangue-bangues aos domingos à tarde, no Cine Luz, seguido de banho no pocinho do Giordani e sorvete no bar dois irmãos. Sem esquecer o famosíssimo Salão Paris (de saudosa memória) e as festas do Senhor Bom Jesus, o padroeiro, com Nilo Munaretti comunicando via “Serviço de alto-falantes: ” A Cozinha é sempre a cozinha… Pastéis, cucas, pães, bolos e tortas”…Xanxerê, de muitas passagens gloriosas, tem divertidas estórias para contar!
Posentão: Xanxerê comemora seis-ponto-seis de idade e isso merece comemoração, mas sem gaita e foguete, como era antes. Agora, com muita alegria e orgulho da comunidade pela bela cidade onde vivemos, mesmo e apesar de todos os problemas. Uma cidade que antes de ser capital do milho, ou do gatilho, sempre abrigou um povo lutador, que há pouco encarou e superou até um tornado! A você, xanxeriano de raiz ou não, parabéns por viver nesta bela cidade!
Parabéns, Xanxerê!
Mas neste A-lá-lá-Ô lembrei mesmo foi da “Banda dos Buzzini” (como se pronunciava) com seus potentes metais afinados e bem calibrados sacudindo o esqueleto da italianada…. Alguém me pediu esses dias: “E Xanxerê tinha altos carnavais né? Hoje não fazem mais”. Concordei, mas corrigi um pedaço: Quem fazia era a comunidade, o povão, nós…. A prefeitura ajudava, mas quem fazia não era o prefeito.
Então, neste carnaval, você – Dinossauro (a) criado (a) na campina da cascavel – pode fechar os zoinhos e ouvir Los Buzzinis mandando ver “Cadê minha vaca malhada /Cadê minha vaca malhada?/ Foi/Foi/Foi/ a vaca malhada fugiu com o boi”… Mais confete, serpentina e lança perfume! Up !
Era bão barbaridade!
(Foto Arquivo Ivo Zolet)
Na era da intolerância carnaval virou, para muitos, sinônimo de tudo o que há de ruim. Essas pessoas parecem esquecer que divertimento, alegria pela simples vontade de ser (ou fingir) feliz, sem nenhum motivo especial, também é bom para a saúde, para desanuviar cabeças cheias de problemas, neuroses e decepções em geral. Carnaval tem no seu “espírito de folia” o legítimo direito de ser feliz, de sorrir e de brincar, mesmo e até principalmente quando os dias se tornam cinzentos e a visão do futuro assuste. Curti muito carnaval, hoje só vejo de longe, mas nada me impediria de vestir de novo a fantasia da alegria incontida, ampla geral e irrestrita. E hoje também admiro a todos que mantém dentro deles aquele folião que brincou a noite toda, três dias e três noites – ou mais, a alegria de viver! Alá-lá-ôooooo!
Mostrar o que se tem e se faz de melhor é um desejo e uma necessidade de quem quer se destacar, crescer, ou simplesmente agradar outras pessoas. Nos dias de hoje, na corrida em busca do sucesso, da riqueza ou de um lugar ao sol é quase uma obrigação que em certos casos mais radicais é visto como “a cultura da ostentação”. E Xanxerê faz, há quase 20 anos, uma feira agropecuária, comercial e industrial para ostentar suas melhores qualidades aos visitantes, além de mostrar novidades e, também, reunir sua comunidade para comemorar os avanços e conquistas da história do município. É um momento de festa, mas também de negócios, que sempre exige muito trabalho. A Femi é por si mesma uma conquista da comunidade: São poucos os municípios que podem ostentar um sucesso construído e mantido por décadas.
Da Femi, o que sempre se disse é que cada uma é melhor que a anterior. E a Femi 2020 pelo que foi mostrado ontem (23/02) no lançamento realizado na Praça Tiradentes, vai manter essa tradição!
Parabéns à Comissão organizadora e à comunidade de Xanxerê e região!
Colunista