O dia de Tiradentes e o aniversário do descobrimento do Brasil são vizinhos, e bem parecidos. Ambos contam a História com variações, em praticamente todos os anos, como se estivessem acontecendo novamente e adicionando ou subtraindo novos fatos. O descobrimento, me disseram no colégio, foi feito pelas naus Santa Maria, Pinta e Nina, se não me falham Tico e Teco. Pois na versão 2021 do descobrimento fiquei sabendo que na verdade eram esses três navios maiores, sim. Mas existiram MAIS NOVE outras embarcações de menor porte. Algo que, “no descobrimento de 2010” não tinha acontecido. Ou pelo menos não me contaram, ou ninguém havia notado.
Já sobre nosso herói e patrono da Independência, o Joaquim José da Silva Xavier, popular Tiradentes, aquele que segundo o samba “foi traído / mas não traiu jamais / a independência em Minas Gerais” também temos novas notícias, ao menos para mim: A versão deste ano me contou que o patrono dos dedos-duros e traíras, o Joaquim Silvério dos Reis, deu com a língua nos dentes e traiu companheiros em troca do perdão de pesadas dívidas com a União, ou o Império, algo que para mim também é novidade. E revela que o entreguista também era contumaz e baita sonegador, o que serve para enquadrá-lo na versão do Século XVIII da “Gente do bem”! E aquele “da Silva ali”, do Tiradentes… caso o (a) amigo (a) leitor (a) não tenha notado, revela um parentesco até agora escamoteado. É parente de um tal Luis Inácio, está na cara! Foi por isso que o Dos Reis delatou Tiradentes! Era comunista!
Posentão, igual ao Samba do Crioulo Doido, não seria de todo fora da casinha considerar que o inventor da delação premiada – e da Lava Jato – tenha sido exatamente o tal Dos Reis. E isso permite deduzir – sem provas, mas com muitas evidências – que Sérgio Moro e Dellagnoll, entre outros, são apenas usurpadores da fama criada e cultivada pelo Dos Reis, ao longo de mais de dois séculos. Uma pena que o atual desgoverno tenha destroçado a Lava jato, pois seria de grande valor recuperar a delação de Dos Reis. Talvez lá existisse alguma prova definitiva, inatacável, que provasse o “Lulaladrão” tão enormemente ansiada por alguns. Afinal, ano que vem tem eleição e é preciso impedir esse elemento de querer ganhar, de novo! Acredito que na delação de Dos Reis, Lula fosse peça de destaque! Viria daí, inclusive, a expressão “Lula- Lá”….
Mas voltando à História, em 2022 pretendo ler mais nada sobre Tiradentes, nem sobre Cabral, o descobrimento e outras façanhas do nosso caminho pelo mundo. Me deu um medão de que daqui a pouco a gente fique sabendo de notícias ainda mais escabrosas do que as já contadas – bem mal contadas – nos bancos escolares e na grande imprensa. Vai que em algum fundo de gaveta, ou de baú, encontre-se, por exemplo documentos assegurando definitivamente que o Brasil na verdade foi vendido há muito tempo…. Que isso teria acontecido lá na proclamação da república, ou logo depois, por algum dos presidentes militares que ocuparam o trono, perdão, a cadeira presidencial. Os presidentes da velha república, se nos dermos o trabalho de pesquisar só um pouco (não demais porque será desalentador) construíram passagens trágicas, se não fossem cômicas…
Porque, como estamos cansados de saber, militares são treinados, doutrinados e programados para guerras. E isso seria a explicação do porquê de algum (anônimo) general-presidente, lá da chamada velha república, bem antes da Ditadura de 1964, já possa ter vendido o Brasil para os United States of America – os reis da guerra, ainda naqueles velhos tempos. Teriam vendido, mas pior: Não teriam entregado tudo. Aí estaria a causa da insistência do Tio Sam em tratar o Brasil como seu quintal: Já fomos vendidos muito antes da Ditadura de 64, e o golpe contra Jango, Brizola e Cia na verdade teria sido apenas uma tentativa de receber o restante “dos bens”, com perdas e danos acumulados por mais de um século. A possibilidade de eles não terem recebido (ou espoliado), ainda, tudo o que compraram, também explica a subida ao trono do atual imperador, digo, presidente militar, empenhado em entregar todo o resto, incluindo o pré-sal, óbvio!
Delírio (ou, para alguns, um sonho) à parte, é fato que muitos brasileiros gostariam muitíssimo, ficariam eternamente gratos, amariam mesmo, se o “bananão” fizesse de alguma forma, parte dos Estados Unidos. Mesmo com status de colônia, ou de território. Daí sim, teríamos orgulho desse país! Seríamos promovidos, no ato e sem greves, nem rebeliões ou guerras civis, a um país de primeiro mundo. E parte do país mais poderoso do mundo! Ma-ra-vi-lha!! Minha única dúvida reside na pergunta: Mas será que o povo Norte-americano nos aceitaria, os brazucas, assim “de boas”??? Porque os latinos que migram para Miami são conhecidos por lá como “cucarachas”, que literalmente significa “barata”. Mas no popular, por lá é o apelido, pejorativo e degradante, de latinos …
O fato é que a História – e também outros assuntos que deveriam ser encarados com seriedade e honestidade, nesse país, viraram banalidade. E ninguém, ou pouquíssimos, se importam com isso. Contudo, acredito que os Norte-americanos acabariam por aceitar a anexação do Brasil – país que abriga as maiores riquezas, naturais, minerais e ambientais do planeta. Porque o americano nunca desprezou uma boa exploração, ou espoliação, mesmo com guerras. Imagina sem dar um tiro! A dificuldade seguinte seria, a meu ver, eles definirem o que fariam com os brasileiros mesmo! Alguns “dos nossos” com certeza seriam mandados para as frentes de combate, buchas de canhão em guerras, preferencialmente aqueles que adoram armas e amam o atual despresidente, fervoroso fã de armamentos. Os Americanos do Norte sempre têm um jeito para tudo…
E por outro lado, a anexação do Brasil aos EUA resolveria grandes problemas, inclusive esses da História do país, incluindo Tiradentes. Ele finalmente veria a Justiça ser feita ao seu papel histórico: Ele também foi expulso do exército – igual ao atual despresidente – e seria aclamado como o “Patrono dos Comunistas do Brasil”. Com essa manobra de mestre, os Norte-americanos abririam caminho para livrarem-se – definitivamente – de ex-governantes e militares brasileiros adeptos do entreguismo, de dar ou vender o país: Como estes conseguiram seu intento – venderam o Brasil para os isteitis – não seria aconselhável mantê-los “na ativa”! Afinal, eles demoraram dois séculos, mas venderam o país! E entregaram! E numa potência como os United States Of América não há lugar para entreguistas. Seriam mandados para Guantánamo, lugar de terroristas! É o tal negócio em que “todo mundo sai ganhando”!
Moral da estória: A História do Brasil está (muito) mal contada!
Um Bom final de semana a todos (as)!
Quirera Gourmet