A criatividade “xanxeriana” já foi bem mais expressiva, como comprova o uso farto e generalizado do apelido “Campina da Cascavel”, cunhado e usado pela primeira vez por este reles escriba e por meu mestre, amigo e sócio Elóy Galotti Peixoto, de saudosa memória, ainda lá em 1994/95, no impagável Jotaxis. Ou seja, há mais de 25 anos. Naquela época o codinome preferido era o insosso e perigoso “capital do milho”, capaz de sinalizar interpretações pouco elogiosas, digamos…Na época eu preferia “Capital do Gatilho”, que impunha algum temor, ainda que com forte pitada de ironia e sem fugir da realidade e do cheiro de pólvora no ar…
Lembro de 1969, dos meus saudosos 14 anos, quando sai do sertão para me aventurar em selvas “curitibócas” atrás de algum estudo e de alguma cultura, pensando em fazer vestibular. Em Curitiba a resposta para quem dizia ser de Xanxerê era quase padronizada: ”Xanxerê, Xaxim, Chapecó”? Xavantina ainda não havia ‘garrado fama’… Mas éramos vistos e menosprezados como caipiras “catarinas”. E revidávamos à altura aos “curitibócas”. Eu logo ouvi por lá uma outra resposta que adotei, quando vinham de bullying: “Xanxerê – terra de moça bunita e rapaiz valente”, eu mandava, bem assim, com erros de pronuncia e grafia. E resolvia a encheção de saco! Porque esculhambava mais que eles queriam esculhambar…
Mas aqui a “Campina da Cascavel” pegou valendo. A ponto de hoje eu achar que já está na hora de virar o disco, porque saturou. Não sou dono, nem jamais me senti pai da criança chamada “Campina da Cascavel”. Apenas fico feliz que ela tenha virado chavão e até hoje estar já meio gasta pelo excesso de uso. Mas sempre é bom renovar, criar, inovar, remexer e rebolar (êpa!), porque quem fica sempre no mesmo lugar é …poste! Daí que andei gastando massa cinzenta e cansando tico e teco, tentando encontrar uma definição mais moderna e condizente com a fase atual da Capital do Gatilho, ou da Campina da Cascavel.
Comecei por pensar, caso ele resolva candidatar-se a prefeito novamente, em propor para Xanxerê algo parecido com “Campinho do Menegolla e do Merísio”…. Mas isso poderia dar impressão de propaganda política fora de época. Tem também a possibilidade de se resgatar valores tradicionais da terrinha, como a demora em concluir obras públicas (vide aos vinte e poucos anos da conclusão dos oito quilômetros da via de contorno Oeste, ou da rede coletora de esgoto – também já beirando os vinte; Ou a operacionalização do aeroporto – também já com mais de vinte anos de fila. Daí pensei em: “Xanxerê, aqui tudo chega em lombo de burro”! Ou “Xanxerê, Mais Que devagar e Sempre – Aqui é Sempre devagar”!
Ando também colecionando, na surdina por enquanto, alguns episódios tipicamente “xanxerianos”: Quer dizer que soltar foguetes não pode, está proibido por lei municipal, mas só para uns. Já para uns e outros, pode!! E não acontece na-di-ca-de-na-da! Alô vereadores, a lei de vocês virou letra morta…. Também ando de olho na nossa gloriosa imprensa e suas tetas municipais: Descobriu-se que certa empresa de assessoria de comunicação fatura uns R$ 15 mil por mês para transmitir as sessões da câmara…. Achei meio bastante né não? E olha que tenho acompanhado: Dá em média uns 50/70 seguidores por sessão. Audiência meio cara…. Mas ando por fora dos preços, é verdade.
E resolvi dar mais atenção também ao povo que reclama da água com açúcar nesta Quirera Gourmet. Certamente com saudades dos tempos de rajadas, bombas, mísseis balísticos, e baletões com pólvora preta, para cima de imprensa, prefeitos, vereadores, deputados, governadores, senadores, promotor e políticos em geral, entre outros. Adianto que ainda, e por enquanto, não estamos em guerra municipal! Apenas federal – como os senhores e senhoras devem estar meio cansados de ler…
Mas nada impede, para já, algumas escaramuças para mandar chumbo em quem anda balançando o galho…. E por enquanto quem anda balançando, e muito, é a nossa “outrora combativa” imprensa local. Mais precisamente as nossas queridas e muito ouvidas “RÁDIAS”! Virou um cordão interminável – e risível – de puxa-saquismo e blá-blá-blá! Parece que retornamos aos anos 80, lá do século 20: É de lei SÓ elogiar e é terminantemente proibido criticar… Visitante que chega a Xanxerê e liga o rádio, pensa que está no mundo da lua: Ninguém critica o desgoverno, nem o despresidente! Fazem três mandatos de prefeitos que se espera pela rede coletora de esgoto. Mas não se fala nisso…
E a “norma” se expandiu: Não criticam nin-guém! Muito menos o (benzódeus!) despresidente e o desgoverno que – escancaradamente – nos assola! O pior governo da história desse país, sem dúvidas! E para mim isso é completamente inaceitável! Dá, sempre dá, para criticar e ouvir os dois lados, como é recomendável, saudável e justo! Então, estão esperando o quê? O Lula se eleger de novo, para dar pau só nele??? Aí não aguento né???Adianto que nesta Quirera, por ser coluna de opinião, e não de Jornalismo faz-de-conta que é imparcial, raramente tenho dado espaço para o “outro lado”. Mas também é verdade que ninguém, até hoje, pediu…. Então, é pau!