O tiro que saiu pela culatra: População desaprova o uso da telemedicina e reclama da qualidade do atendimento nos postos de Xanxerê

Em um período em que muitos dos municípios brasileiros buscam trabalhar o atendimento humanizado especialmente na saúde pública, Xanxerê parece estar andando na contramão.

Se de um lado a implantação da telemedicina busca garantir economia aos cofres públicos, evitando a contratação de MAIS ou de NOVOS médicos, por outro, o descontentamento por parte da população com a QUALIDADE DO ATENDIMENTO é o que tem gerado maior desgosto e desaprovação por parte do xanxerense.

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Visitando as unidades de saúde e conversando com os usuários do sistema, as reclamações são evidentes e quase que unânimes, especialmente no que se refere a falta de médicos, demora nos atendimentos e demora para conseguir uma consulta. Importante destacar ainda, que vivemos em uma região interiorana, de pessoas simples e que valorizam o contato humano, e o atendimento presencial com empatia e respeito. Coisas que segundo relatos que chegam ao Pe Louro, estão deixado muito a desejar.

Fato é que a telemedicina foca em atendimentos por meio da tecnologia, mas a grande maioria da população não consegue se adequar especialmente a população da melhor idade, muitos deles inclusive tem dificuldade para obter acesso e ter conhecimento de como utilizar o mecanismo.

Devemos salientar ainda, que o uso da telemedicina teve seu auge no Brasil durante a Pandemia, mas dados de uma pesquisa realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), apontam que quem realmente fez uso da ferramenta foram pessoas das classes A e B, ou seja, pessoas que integram um segmento socioeconómico com elevado poder aquisitivo e um padrão de vida mais elevado, geralmente com acesso a bens e serviços de alta qualidade, muito longe da realidade local e regional.

Diante de tais constatações, as perguntas que ficam é o porque da Prefeitura de Xanxerê, não seguir boas práticas e exemplos implantados em outras cidades vizinhas e que comprovadamente dão certo! Tais como:

• A contratação de mais médicos, incluindo médicos especialistas para atendimento PRESENCIAL junto às unidades de saúde;
• Demanda livre de atendimento, ou seja, todos que chegam até os postos não saem sem serem atendidos;
• Ampliação no número de medicamentos fornecidos gratuitamente à população junto à farmácia municipal (anexa ao posto), sem precisar ficar correndo de um lado para o outro, ou tendo que ir a rede particular para comprar seu medicamento.

São apenas alguns dos pontos para juntos podermos refletir. Pois se outras cidades conseguem, o que impede Xanxerê de conseguir?

Afinal de contas, Xanxerê não é uma ilha!