Mergulhadores da Marinha começaram a trabalhar para localizar destroços do balão espião chinês abatido por um caça americano no sábado. As buscas se concentram a cerca de 10 quilômetros da costa da Carolina do Sul, disseram autoridades da Defesa. O objetivo do governo dos EUA é entender para que serve o artefato. Um oficial da Marinha americana afirmou que as buscas podem levar dias e não há prazo para que ela termine. Segundo ele, a operação começou logo após partes do objeto terem atingido a água. O oficial acrescentou que navios da Marinha e da Guarda Costeira – ele não informou quantos – estão na área onde o balão caiu. A derrubada do objeto ocorreu após dias de uma crise diplomática que ainda está longe de acabar. O governo do presidente Joe Biden tem reiterado que o artefato foi uma tentativa mal sucedida de espionagem. A China negou e disse que o artefato se tratava de um balão meteorológico que se desviou do curso. No sábado, a imprensa americana divulgou que Biden havia sido convencido por assessores militares a abortar a missão para derrubar o balão em razão do risco de que partes do objeto atingissem alvos civis no solo. Poucas horas depois da operação, porém, o presidente americano afirmou que a ideia era esperar até que o objeto chegasse “a um lugar mais seguro”. O artefato teria a dimensão equivalente a três ônibus. Quando foi descoberto, na quinta-feira, o balão estava próximo à base aérea de Malmstrom, no Estado de Montana, que concentra um grande arsenal de mísseis balísticos nucleares. Sem dar detalhes, funcionários do Pentágono disseram ter reforçado a segurança do local para evitar que o balão conseguisse capturar informações sobre a base e seu entorno. Oficiais do Pentágono afirmaram que o balão foi derrubado em águas relativamente rasas, o que pode facilitar a operação. De todo modo, os mergulhadores da Marinha terão de lidar com a água fria do Oceano Atlântico nessa época do ano. Assim que os forem coletados, o Pentágono disse que entregará o material para serem estudados por várias agências federais de inteligência. O balão espião desencadeou uma crise diplomática com o cancelamento de uma visita que o secretário de Estado, Antony Blinken, faria à China entre sábado, e este domingo – seria a primeira missão oficial ao país asiático na gestão Biden.
Correio do Povo