As equipes de resgate estimam em 30 pessoas ainda desaparecidas no grande deslizamento que atingiu a BR-376, em Guaratuba, no Paraná, no fim da tarde da segunda-feira (28). Seis pessoas foram resgatadas com vida e, até a manhã desta quarta-feira (30), dois corpos tinham sido retirados do local. As buscas foram retomadas, mas estão sendo prejudicadas pelas chuvas e terreno instável, com risco de novos deslizamentos.
Conforme o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior, o número de vítimas é estimado com base no total de veículos que ainda se encontra soterrado e em informações de familiares de possíveis vítimas. Foram feitos 19 contatos de parentes em busca de informações sobre os desaparecidos. “Retiramos três veículos menores e uma carreta dos escombros, mas ainda temos dez carros e seis carretas soterrados. Se fizermos a conta de duas pessoas por veículo, vamos chegar ao número em torno de 30”, disse.
Um dos corpos resgatados, que estava no interior de uma carreta, já foi identificado: o do caminhoneiro José Maria Pires, de 60 anos, morador de São Francisco do Sul (SC). O outro, achado ao lado de outra carreta, foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba e aguarda identificação.
As equipes de resgate estão usando câmeras termais acopladas a um drone na tentativa de identificar focos de calor que poderiam ser de sobreviventes. Como a área está com risco de novos deslizamentos, ainda não se conseguiu usar guinchos para a remoção dos veículos enterrados na lama.
Conforme o coronel Fernando Schunig, coordenador estadual da Defesa Civil, foram identificados outros dez pontos de possíveis deslizamentos no trecho de serra da BR 376, o que aumenta o risco das equipes que se deslocam para a região. Ainda não há previsão para a reabertura da estrada. Segundo ele, as chuvas que atingem a região leste do Paraná causaram quedas de barreiras em outras rodovias e alagamentos em ao menos seis cidades. “Temos 1.700 famílias deslocadas de suas residências, grande parte desabrigadas. Montamos dois abrigos com 45 famílias de outras regiões que ficaram retidas em Curitiba”, disse.
Em Campina Grande do Sul e Bocaiúva do Sul a Defesa Civil começou a retirar de suas casas as famílias que moram abaixo da represa do Rio Capivari. Devido às chuvas torrenciais, o nível da represa subiu muito e as comportas estão sendo abertas por motivo de segurança.
O governo paranaense lançou um apelo aos familiares e amigos de pessoas que eventualmente possam ter desaparecido no local para que entrem em contato com a Central de Atendimento da Polícia Científica pelo telefone (41) 3361 7242, que funciona 24 horas. As informações podem ajudar na localização de possíveis vítimas.